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Editora Projeto divulga vencedores do concurso "Antes que o mundo acabe"

Resultados do Concurso Cultural
Pense, Antes que o mundo acabe

Aluna: Amanda Maraschin Bruscato - 7º ano
Professora: Lucy Beatriz Lopes
Colégio Mãe de Deus
Cidade: Porto Alegre

Aluna: Rafaela Relva da Fonte Endlich - 8º ano
Professora: Cristiane Ferreira Ribeiro Figueiredo
Colégio Santa Teresa de Jesus
Cidade: Rio de Janeiro

Aluna: Renata Garcia Marsillac - 9º ano
Professora: Sandra Marques Parracho Sant’Anna
Colégio Santo Agostinho - Leblon
Cidade: Rio de Janeiro

As três alunas receberão uma câmera fotográfica Digital Sony DSC-W320; as três professoras receberão um notebook SIM Intel Dual Core; e as três Escolas receberão um kit de livros da Editora Projeto, composto de 50 títulos do catálogo 2010 que estejam disponíveis. A entrega dos prêmios será agendada com as escolas para o período entre 29/11 e 3/12/2010. Os três textos vencedores serão publicados no sítio da Editora Projeto a partir do dia 22/11/2010.

Este Concurso foi uma promoção conjunta da Editora Projeto, da Casa de Cinema de Porto Alegre e da Imagem Filmes. Parabéns aos vencedores e obrigado a todos os alunos, professores e escolas que participaram!

Abaixo, os textos vencedores:

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Ler ou ver?

Amanda Maraschin Bruscato – 7º ano
Colégio Mãe de Deus – Porto Alegre

Ultimamente, têm surgido novas tecnologias, que facilitam a nossa vida, mas ao mesmo tempo a prejudicam. Quando a televisão surgiu, a imagem era preta e branca, e agora já existem televisões 3D! O E-reader é um aparelho tecnológico que permite ler livros sem ter que carregá-los ou virar as páginas, mas qual é a graça de ler um livro pelo computador? Sem poder tocá-lo ou ter vontade de folhear até a última página, só para saber o final da história?

No meu quarto, tenho estantes lotadas de livros que nunca jogo fora, pois eles fazem parte da minha vida. Lembro até hoje, que li o livro “O Escaravelho do Diabo” na quarta série, para um trabalho escolar, e que estava tão interessada nele, que ficava lendo durante o almoço, até minha mãe mandar eu comer e parar de lê-lo. Também lembro do primeiro livro que li sozinha, “A Gatinha Mimi”. Eu o li com quatro anos, mas apesar dele ter poucas páginas, eu o amava. Eu sempre penso que poderia doar meus livros, pois nunca os releio, já que acredito que a primeira impressão é a que fica, mas gosto de olhar para eles, e lembrar das histórias e dos meus pensamentos quando os li.

É estranho dizer que histórias fazem parte de nossas histórias, mas é verdade. E essas histórias, nem sempre são livros, também podem ser filmes. Se eu nunca tivesse visto o filme “Crepúsculo” no curso de inglês, talvez nunca teria lido “Lua Nova”, “Eclipse” e “Amanhecer”, e talvez não tivesse virado amiga de minha melhor amiga, pois não teríamos assunto para falar.

Eu li um livro que falava sobre filmes e mostrava que, às vezes, nós desejamos que nossa vida fosse como um filme, sempre com um final feliz. Eu não discordo disso, mas sempre que olho um filme vejo diferenças da história original. No filme “Antes que o Mundo Acabe”, fiquei falando o tempo todo que Daniel não tinha uma irmã; que Lucas não havia roubado os notebooks; que no livro, o que tinha sumido eram dois microscópios...

O bom de ler um livro é que você pode imaginar. Você dá características aos personagens, pelos seus atos, ou pela descrição que o próprio livro já dá. Quando você está lendo, você sente todas as emoções que o personagem está sentindo: você se sente triste quando ele fica triste; chora quando ele chora; e ri quando ele ri. É como se a história fosse sobre você, e você estivesse naquele lugar, passando pelos mesmos acontecimentos. E assim é quando você lê um livro ou quando você vê um filme: é como se estivesse naquele local, participando daquilo, mas não pudesse interferir, só assistir quieto e, às vezes, chorar por não poder modificar a história. Durante o filme, você acha que tudo aquilo é real (e pode ser real para alguém), e por isso se emociona, mas quando acaba o filme, só restam lições que o autor quis passar através da história.

No livro “Um Time Muito Especial”, o nome do personagem principal não era mencionado, por isso, inventei um nome para ele. E em vários livros o autor não descreve todos os personagens, então fico imaginando como eles seriam na vida real. Adoro fazer isso, pois é como se eu tivesse ajudado a escrever a história, é como se eu os conhecesse. Prefiro os livros aos filmes, pela emoção de poder usar a imaginação durante a leitura.

Claro que nos livros acontecem alguns fatos que não são exibidos nos filmes, e essa também é uma diferença, mas para mim a principal diferença entre contar uma história através de um livro e através de um filme, é o modo como você se encaixa nela. No filme é como se você estivesse presente, mas não pudesse interferir em nada, e no livro é como se você estivesse presente e também não pudesse interferir nas ações dos personagens, mas sim em suas características.

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Formas de se contar uma história...

Rafaela Endlich – 8º ano
Colégio Santa Teresa de Jesus – Rio de Janeiro

Sempre que eu leio um livro e fico toda animada com a trama, corro para o cinema quando alguém bem esperto teve a idéia de transformar aquele magnífico enredo em filme. Mas por quê? Por que, se eu já sei a história de trás para frente, conheço todas as personagens e sei seus nomes de cor, sem esquecer nem ao menos um? Porque o cinema deixa as coisas diferentes. Ler uma história é diferente de VER uma história! Quando a gente lê um livro, podemos imaginar as personagens como a gente quiser! Por mais que a gente saiba, por exemplo, que tal personagem tem cabelos ruivos e curtos, podemos não saber como são suas feições ou qual sua altura... Quer dizer, a gente sabe, porque a gente imagina! Eis o encanto da leitura: cada personagem que você imagina é mágica e exclusivamente sua e ninguém a tem da mesma forma.

E essa vontade de correr pro cinema assim que a gente pode se deve ao fato que a ação, rapidez e efeitos de um filme são incomparáveis! Ver tudo que você um dia imaginou acontecendo, e mais, ver como ficaram as personagens e ambientes que você imaginou de forma completamente diferente na telona são coisas realmente maravilhosas! É estranho, mas nós realmente temos certo desejo de não só imaginar, mas ver as coisas acontecendo. E quando a gente não quer pensar em nada, só relaxar e rir? Se jogar na poltrona do cinema ou no sofazinho de casa comendo pipoca e esquecendo todo o estresse que algo nos causara? Um filme é um ótimo remédio!

E quando a gente ouve? No livro a gente lê: “E a donzela cantou docemente” ou “ouviram-se galopes e, ao saltar do cavalo, com uma voz rude e grave, o rapaz anunciou...” ou “a madeira crepitava produzindo leves ruídos na fogueira”, e é claro que a liberdade que temos para imaginar toda e qualquer coisa é realmente maravilhosa, mas estimular, além da visão, nossa AUDIÇÃO também é realmente muito bom... Ouvir esses deliciosos sons é maravilhoso...

Mas uma coisa que é espetacular nos livros e os filmes definitivamente não têm é esse jeito de detalhar as coisas. Quando você lê, as palavras fluem lentamente, e você vai imaginando a cena, as frases relatando o ambiente, as expressões nos rostos das pessoas, e os sentimentos no coração do protagonista, e você fica imaginando, imaginando, até que chega o desfecho. No cinema, esse clímax é bem mais rápido e a carência de detalhes chega a magoar quem provou da inexplicável sensação causada pela leitura...

Isso, tirando o fato de que o livro pode ter 400, 500, 600, 700, 800, até 1000 páginas e um filme dura, geralmente, uns 120 minutos. Enquanto o autor pode se expressar e relatar o que quiser sem a menor preocupação, o diretor sua para tentar encaixar tudo no tempo que tem.

Mas, voltando à parte da audição, esqueci de algo trivial. A trilha sonora. Sei que já mencionei que é magnífico estimular nossa audição, mas esqueci de comentar a música. Música para os nossos ouvidos é tão bom... E nada melhor que ouvir aquela música clássica tensa, nos momentos de tensão, ou expressando algo engraçado, às vezes rápido, outrora devagar, algo magnífico, ou algo tão horrendo que te assusta! O modo como a música acompanha os movimentos dos atores e acontecimentos no filme é tão perfeito quanto não podermos ter trilha sonora em livros é ingrato.

Bom, agora vejam como a balança está equilibrada... Não vejo como ler um livro e não ter vontade de assistir à versão cinematográfica da trama, e não vejo como deixar de ler o livro de uma história para ver apenas seu filme...

Resumindo minhas ideias, nos encontramos em uma comparação entre a tecnologia e concreção com a liberdade proporcionada pela imaginação... Mas (agradeço muito por isso), até onde sei não precisamos escolher entre livros ou filmes, podemos apenas apreciar os dois, ambos obras de arte dignas de coerente admiração.

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O livro e o filme

Renata Garcia Marsillac - 9º ano
Colégio Santo Agostinho/Leblon – Rio de Janeiro

O que é melhor, o livro ou o filme? Os mais conservadores, querendo preservar os hábitos de leitura existentes na humanidade há séculos, defendem o livro nessa questão. Em oposição a esse grupo, há os defensores dos filmes como melhor modo de contar uma história, que podem ser considerados modernos ou acusados de preguiçosos.

Em relação ao cenário e aos personagens que fazem parte da trama, ambos têm argumentos válidos. O livro dá o roteiro da história para que o leitor seja o diretor, abrindo espaço para que ele crie um mundo fantástico e, então, se imerja nele.
Por outro lado, o filme já compõe todos os aspectos visuais, demonstrando o mundo propício para que ocorra toda a trama. Como diz o ditado, “uma viagem vale mais que mil palavras”. Em relação a isso, o livro “Antes que o mundo acabe” é diferente, pois, além de toda a parte escrita, também possui as fotos de Daniel, pai e filho, compondo perfeitamente a história e tornando-a plena de conteúdo.

Outro ponto positivo do filme é poder acompanhá-lo e assistir a ele junto a outras pessoas, compartilhar as emoções com amigos, família ou até mesmo namorados. Isso é algo que o livro não proporciona, não tem como haver uma leitura atenta em conjunto, apesar de haver “clubes do livro, pessoas que se reúnem freqüentemente para discutir sobre as últimas leituras feitas, o que também é uma experiência ótima.

Em paralelo aos clubes de livro, há também os de filmes, que se concentram principalmente na Internet, o que só reforça a denominação de modernos para os que preferem esse gênero de entretenimento, apesar de já existirem vários grupos de leitores online, graças à globalização que conferimos nos dias de hoje.

Algo muito negativo que ocorre na maior parte dos filmes baseados em livros atualmente é a perda de bastante parte do conteúdo na adaptação. Além de cortar várias partes da história, mudam algumas coisas em relação à versão original. Aliás, no livro tudo é possível, e às vezes isso dificulta sua representação no filme, pois a imaginação é ilimitada, mas a realidade não.

Apesar de isso ser comum, não ocorre muito na adaptação para o filme homônimo do livro “Antes que o mundo acabe”. Isso se dá principalmente porque, apesar da história ser rica em informações, ela é curta, não havendo a necessidade de tirar partes dela. Além disso, as cenas não precisaram ser mudadas drasticamente, pois a trama representa o cotidiano, coisas comuns que são facilmente acrescentadas na constituição de um filme.

É evidente que a história de Marcelo Carneiro da Cunha na versão do filme sofre algumas mudanças, mas que realmente a enriquecem. Aliás, ela não só é transmitida através de outro meio de comunicação como também sofre a interpretação da diretora do filme, Ana Luiza Azevedo, que passa para o concreto a sua própria concepção do filme. Além disso, ela tem certa liberdade para fazer algumas alterações em seu conteúdo, pois o que agrada e atrai as pessoas a lerem algo é diferente do que as faz assistirem. E é claro que um diretor, além de ter de adaptar a história aos seus recursos, tem de fazer o mesmo em relação ao meio pelo qual vai transmiti-la.

Todos que tiveram a oportunidade de ler e assistir a “Antes que o mundo acabe” puderam perceber algumas diferenças entre filme e livro. Mas nesse caso, elas não incomodam, só dão destaque a aspectos diferentes da história e transmitem mensagens distintas, tudo sem perder a coerência entre os dois.

Mas como todos que já viram seus livros preferidos adaptados para o cinema sabem, melhor do que ler uma história e melhor do que assistir a um filme, é fazer os dois. Nada se compara à satisfação de ler um livro acompanhada à de sair com os amigos para o cinema, tendo a mesma história já conhecida em detalhes pelos amantes da leitura, mas sob outro ponto de vista. Eles não se opõem, mas se completam em perfeita harmonia. Se ambos são bons independentemente, juntos nos proporcionam tamanha felicidade que sempre buscamos mais e mais livros para ler, e mais e mais filmes, adaptações ou não, para assistir.

Logo, o certo não é a pergunta “o livro ou o filme?”, mas sim a afirmação “o livro e o filme”.