O longa-metragem REAL BELEZA, com roteiro e direção de Jorge Furtado, entra na terceira semana em cartaz nos cinemas.
Confira trechos de textos e críticas sobre o filme.
Hélio Nascimento, Jornal do Comércio:
O cinema proposto por Jorge Furtado em Real beleza é uma referência sempre seguida por aqueles realizadores que acreditam que é na realidade captada pela câmera, no espaço permitido pela tela cinematográfica, que se encontram os sinais mais reveladores, as alegorias que só necessitam serem focalizadas com inteligência para se transformarem em instrumentos necessários à criação de vínculos entre diretor e espectador, algo essencial para que um filme não seja apenas um desfilar de imagens desprovidas de significado. Nos últimos anos, alguns cineastas brasileiros compreenderam, assim como muitos de seus colegas europeus e asiáticos, que o cinema será sempre mais importante quando povoado por seres humanos. Os grandes momentos de nossa arte, incluindo aqueles nos quais a narrativa foi enriquecida e renovada, em alguns casos recriada, foram povoados por seres humanos e não por títeres ou porta-vozes de diretores. Esta é a primeira lição emanada das imagens de Real beleza, um filme no qual também é evidente o propósito de fazer a plateia se interessar pelo que está sendo narrado. Estamos diante de um trabalho que procura encontrar público para um cinema afastado da vulgaridade, das obviedades e das grosserias. (...) O novo filme de Jorge Furtado não tem receio algum de praticar um gesto de rebeldia nos quadros do atual cinema brasileiro, ao tocar em temas não abordados por outros. Certamente, qualquer cinematografia se enriquece quando são muitas as propostas e diferentes os caminhos sugeridos.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=205054
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Luiz Carlos Merten, O Estado de São Paulo:
(...) Gostei, e muito. Cheguei a brincar com Jorge e sua mulher e produtora, Nora Goulart. Em geral, começo não gostando dos filmes dele (porque tenho uma expectativa elevada) e tenho de ver quatro ou cinco vezes até ser seduzido. Foi assim com Saneamento Básico, que hoje não me canso de rever. Adoro. Com Real Beleza, ocorreu o contrário. (...) A principal crítica que ouço sobre Real Beleza é que o filme é superficial. Creio que a superficialidade está no olhar de quem vê. O ‘meu’ Real Beleza é bem denso e as referências de que Jorge se vale – Shakespeare, Guimarães Rosa, Jorge Luís Borges etc – alimentaram meu imaginário e enriqueceram os personagens. Mais que como discussão sobre a beleza, o filme me apanhou como reflexão sobre o tempo. (...) Vão ver Real Beleza. É muito bom.
http://cultura.estadao.com.br/blogs/luiz-carlos-merten/e-o-kikito-2/
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José Geraldo Couto, blog do Instituto Moreira Salles:
Jorge Furtado parece mais interessado em jogar com alguns antagonismos mais abstratos ou lógicos, por assim dizer: o fotógrafo e o intelectual cego (que no entanto guarda na memória, “borgianamente”, toda a cultura); a casa-biblioteca no meio do mato; o homem que sabe tudo e não produz nada; a fugacidade e a permanência; o ver e o lembrar. A bela cena em que o velho descreve ao fotógrafo, com uma minúcia quase inverossímil, uma foto célebre de Cartier-Bresson sintetiza um pouco tudo isso. (...) O filme se tinge de uma melancolia serena, quase exangue, muito distante da vivacidade travessa da filmografia anterior do cineasta, seja no cinema ou na TV, no documentário ou na ficção. Não deixa de ser um gesto de coragem essa virada, esse abandono da chamada “zona de conforto” de uma obra estabelecida e reconhecida.
http://blogdoims.com.br/ims/um-jorge-furtado-europeu
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Martha Medeiros, jornal Zero Hora:
Poderia comentar as ótimas atuações do elenco, com destaque para a expressiva participação de Francisco Cuoco. Ou salientar a relevância da trilha sonora, que ficou a cargo de Leo Henkin. Ou registrar os ares de As Pontes de Madison que o filme invoca. Ou ainda celebrar as pausas e a economia dos diálogos sempre precisos do Jorge. Enfim, é mais um produto da grife Casa de Cinema, mas me deu vontade mesmo é de tentar definir o que é beleza. (...) A beleza de um quadro, de uma música, de uma decoração, de um jardim, de um poema, de uma paisagem, do perfil de uma moça ou da postura de um rapaz é apreciada justamente pelo contraste com a decrepitude que há em torno, com a decadência das formas, com a frieza dos costumes, com o apodrecimento das intenções, com o feio em nossas vidas. A beleza é o alívio para a desesperança. Reconhecê-la é um consolo, uma confirmação de que não fomos sepultados, não capitulamos, não fomos engolidos pela descrença. Admiro quem reconhece o belo, quem se sensibiliza com ele em vez de criticá-lo como se fosse algo dispensável. A beleza é sempre uma homenagem. Contemplá-la é um gesto de grandeza. (...) É apenas um filme e não trata de nada disso. Ou trata. Vai depender do seu olhar, do que você enxerga, de quão terna e bela é sua mirada pra vida.
http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/08/martha-medeiros-beleza-4817609.html
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Caio Liudvik, blog Unzuhause:
Chego encantado da experiência, no sentido pleno, propiciada pelo filme "Real Beleza", de Jorge Furtado. "Real Beleza" (...) se utiliza de conhecimentos sobre a estrutura do roteiro, a jornada do herói, aqui figurada na busca do fotógrafo "decadente" por uma "new face", não para livros rosas ou porcarias do gênero, mas como beleza real, que o fotógrafo (Vladimir Brichta) traduz, no nível do corpo humano, como a composição sutil entre a carnalidade da boca e a espiritualidade do olhar, entre outros atributos que destacam alguém no seio da multidão. Impressionante a caracterização que o filme faz do personagem e da aura de Francisco Cuoco, o belo aqui transformado em sublime, que inclui em si algo da ordem do temível e horrível, no caso, a decrepitude, ligação com a morte, impotência criativa. Festim para o nosso olhar, na formosura do tesouro difícil de conquistar, a jovem (Vitoria Strada) que Brichta intui que tem que ser a sua nova modelo, e nas paisagens do interior gaúcho, de "estrada perigosa", que o fotógrafo penetra ao encontro da menina, do pai (Cuoco) e da mãe (Adriana Esteves) dela. Festim para o espírito, nos poesias deliciosas que são citadas ao longo do caminho.
http://unzuhause77.blogspot.com.br/2015/08/os-sentidos-do-belo.html
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Henrique Castro, revista Veja:
Uma modelo gaúcha pode ser bela, assim como um bom livro de poesia ou uma música clássica. Essa relativização do belo é o objetivo de Real Beleza, novo longa de Jorge Furtado que chega agora aos cinemas. O primeiro drama do gaúcho, diretor de comédias como Meu Tio Matou um Cara (2004) e Saneamento Básico, o Filme (2007), começa com um fotógrafo (Vladimir Brichta) em busca de uma menina para trabalhar como modelo, e desemboca tanto em um romance proibido como em uma história toda permeada por reflexões sobre o belo. Reflexões que se sobrepõem à cena que poderia ter ofuscado o resto do filme: o nu frontal de Adriana Esteves. (...) Real Beleza explora um gênero não muito popular no cinema nacional, o drama romântico. Vitória Strada, que estreia como atriz, é uma surpresa boa na pele de Maria. E o desenrolar da delicada situação acaba sendo mais surpreendente do que se poderia esperar.
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Debora Fogliatto, site Sul 21:
Jorge Furtado declarou que queria filmar uma simples história de amor, com personagens reais que vivem seus dramas interiores, como cada um de nós. E o resultado é um filme delicado, sensível e que será muito visto.
http://www.sul21.com.br/jornal/sul21-recomenda-real-beleza-e-que-mal-eu-fiz-a-deus/
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João Vicente Ribas, site Pampaurbanas:
O que é o cinema senão ilusão? No filme “Real Beleza”, o diretor Jorge Furtado apega-se a esta essência e brinca com o espectador. (...) Furtado também é bem-sucedido ao mostrar em imagem a “real” beleza da modelo escolhida. Vivemos um mundo de inúmeros apelos visuais, em que o belo ou se pasteuriza ou se relativiza. Em comparação às outras meninas que vão desfilando na tela, Maria, interpretada por Vitória Strada, chama atenção quando aparece. Não porque as outras não eram bonitas, mas porque havia algo em seu sorriso, nos seus traços, no seu olhar diferente. Talvez a prova de que ainda é possível encontrar em algum lugar o sublime.
http://pampurbana.blogspot.com.br/2015/08/o-belo-sem-sotaque-resenha-do-filme.html
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Juliana Varella, Guia da Semana, SP:
Real Beleza consegue equilibrar bem o romance que o público quer ver com a provocação que ele não quer, podendo agradar, como poucos, a uma variedade de expectativas e gostos. Dos noveleiros aos ratos de sebo, das modelos aos professores universitários".
http://www.guiadasemana.com.br/cinema/noticia/critica-real-beleza-trava-um-duelo-de-valores-entre-beleza-e-conhecimento
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Daniel Oliveira, O Tempo, Belo Horizonte:
Jorge Furtado gosta de estar na contramão. No momento em que as comédias reinam soberanas no cinema popular brasileiro, ele, o Luis Fernando Verissimo da sétima arte, está lançando seu longa mais dramático. Metalinguístico como os demais longas do diretor, “Real Beleza” é um filme sobre o olhar. Sobre como a beleza não é algo que existe concretamente, mas sim uma construção, uma interpretação e uma escolha de quem vê. (...) Mas se a câmera, quase sempre em movimento, representa o olhar perdido do protagonista em busca dessa resposta, a real beleza (e o maior trunfo) do filme é o olhar de Anita (Adriana Esteves). É no rosto e nas expressões da personagem que se manifestam as outras belezas – da poesia, da memória, da gratidão, do amor. É na personagem que João reaprende a enxergar esse ideal expresso no título do longa. A integridade que Esteves confere à personagem e sua capacidade de dizer tanto com pouquíssimas palavras conferem ao longa a real beleza que João (Vladimir Brichta) e Furtado tanto procuram.
http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/de-onde-vem-a-beleza-1.1058482
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Rodrigo Fonseca, site Omelete:
Rir é uma marca da grife Jorge Furtado no cinema, seja em thrillers cômicos como O Homem que Copiava (2003) seja em documentários como Ilha das Flores (1989), uma obra-prima do curta-metragem brasileiro. Mas chegou a hora de o diretor gaúcho guinar por outra rota, com que flerta há anos: o drama, gênero ao qual seu novo longa-metragem, Real Beleza, está filiado. A produção passou (com louvor, sob quilos de aplausos) por seu primeiro teste popular na seleção competitiva do Cine Ceará 2015. Sua sessão virou um acontecimento em Fortaleza ao marcar a primeira parceria, em tela grande, do casal Vladimir Brichta e Adriana Esteves, e ao recontextualizar (como um grande ator) um dos maiores galãs da TV no país: Francisco Cuoco. A nudez de Adriana Esteves foi uma surpresa a mais que encantou a plateia.
http://omelete.uol.com.br/filmes/noticia/real-beleza-entrei-na-tradicao-do-drama-burgues-diz-jorge-furtado-sobre-seu-novo-filme/