Seu Jorge, adoro os seus roteiros, acho-os os mais criativos do cinema barsileiro, mas uma coisa me incomoda. Certa vez eu o vi num shoping e quis fazer uma pergunta, mas tive medo de estar sendo inoportuno. Então, na PUCRS, encontrei o Carlos Gerbase e perguntei: Qual a razão do jorge Furtado mostrar sempre o lado mais feio de Porto Alegre? Em o "homem que copiava" tudo que vemos são planos fechados da presidente Roosevelt (não necessariamente feia,mas impessoal) das sucatas de navios do cais do porto (essas, realmente feias, de um visual bem Mad Max. Até um filme de zumbis chamdo Porto dos mortos aproveitou a locação...) e praticamente é só isso que aparece de Porto Alegre. O Gerbase me disse que o Sr. queria dar realismo ao filme (bem como no "meu tio matou um cara", usando as mesmas técnicas de filmar em locações "genéricas",parte delas feias e barra pesada, ou no mínimo, sem graça). Mas que realismo é esse se a personagem da Leandra Leal entra pelo portão do cais da Mauá, e diz que está atrasada para o trabalho (na presidente Roosevelt!!). Ela teria que pular o muro e atravessar o finalzinho da Castelo Branco, o Trensurb e a voluntários da pátria para voltar ao trabalho... Não entendi. Também achei terrível o fato do senhor dar a entender que o sonho do Porto Alegrense é fugir para o Rio de janeiro ("tu casa comigo e vai embora daqui"?, diz "o operador de foto copiadora"). E o que dizer de "saneamento básico"? Nem parece que estamos na serra gaúcha! Que locaçoes mais sem graça! Se o senhor é tão "anti-locações' e gosta tanto de histórias baseadas em personagens, qual a necessidade de dizer onde o filme se passa? O senhor tem medo de mostrar outra beleza que não seja a das musas dos seus filmes? Tem medo de ser tachado de escapista, de comercial? Enquanto isso, quem é do resto do país fica pensando que nossa cidade e nosso esado são "aquilo" que se vê em seus filmes. Os filmes poderiam ser mais universais (e mais baratos) se fosse a velha fórmula francesa: um homem, uma mulher uma câmera e um apartamento em qualquer lugar do planeta! Abraços, Gilson
Seu Jorge, adoro os seus roteiros, acho-os os mais criativos do cinema barsileiro, mas uma coisa me incomoda. Certa vez eu o vi num shoping e quis fazer uma pergunta, mas tive medo de estar sendo inoportuno. Então, na PUCRS, encontrei o Carlos Gerbase e perguntei: Qual a razão do jorge Furtado mostrar sempre o lado mais feio de Porto Alegre? Em o "homem que copiava" tudo que vemos são planos fechados da presidente Roosevelt (não necessariamente feia,mas impessoal) das sucatas de navios do cais do porto (essas, realmente feias, de um visual bem Mad Max. Até um filme de zumbis chamdo Porto dos mortos aproveitou a locação...) e praticamente é só isso que aparece de Porto Alegre. O Gerbase me disse que o Sr. queria dar realismo ao filme (bem como no "meu tio matou um cara", usando as mesmas técnicas de filmar em locações "genéricas",parte delas feias e barra pesada, ou no mínimo, sem graça). Mas que realismo é esse se a personagem da Leandra Leal entra pelo portão do cais da Mauá, e diz que está atrasada para o trabalho (na presidente Roosevelt!!). Ela teria que pular o muro e atravessar o finalzinho da Castelo Branco, o Trensurb e a voluntários da pátria para voltar ao trabalho... Não entendi. Também achei terrível o fato do senhor dar a entender que o sonho do Porto Alegrense é fugir para o Rio de janeiro ("tu casa comigo e vai embora daqui"?, diz "o operador de foto copiadora"). E o que dizer de "saneamento básico"? Nem parece que estamos na serra gaúcha! Que locaçoes mais sem graça! Se o senhor é tão "anti-locações' e gosta tanto de histórias baseadas em personagens, qual a necessidade de dizer onde o filme se passa? O senhor tem medo de mostrar outra beleza que não seja a das musas dos seus filmes? Tem medo de ser tachado de escapista, de comercial? Enquanto isso, quem é do resto do país fica pensando que nossa cidade e nosso esado são "aquilo" que se vê em seus filmes. Os filmes poderiam ser mais universais (e mais baratos) se fosse a velha fórmula francesa: um homem, uma mulher uma câmera e um apartamento em qualquer lugar do planeta! Abraços, Gilson