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Enviado por Guilherme Scalzilli em 21 de maio de 2009.

Gilmar reagirá: Surpreendentes em diversos aspectos, as necessárias manifestações contra Gilmar Mendes podem ajudar a criar um monstrengo involuntário. O presidente do STF, por temperamento, histórico e particularidades de ofício, é mandatário perigoso, cujo potencial nefasto só e descobre quando nada há a fazer. Mendes não tem mesmo por que se preocupar com a opinião pública: ficará no cargo até abril de 2010, independente de (ou ainda mais por causa das) pressões por sua renúncia. Dez ou onze meses de atividade equivalem a uma parcela da história jurídica brasileira, prevendo decisões finais e soberanas sobre temas que vão dos crimes da ditadura à concessão de asilos políticos, passando pela descriminalização da maconha e outros. Eis o teor da vingança que esfria em seu prato de maldades. Valorizado como está pelo apego corporativista dos pares, ele pode influenciar decisões futuras para agredir os interesses que, já admitiu, sabe reconhecer perfeitamente nos adversários. As canetadas retrógradas receberão os apupos costumeiros, mas permanecerão, como prova do poder e da vaidade do legislador-sem-mandato que manda no pedaço. Empurrado às cordas, Mendes torna-se fera indomável e, admitamos desde já, invencível. Os protestos ganhariam pertinência se passassem a envolver os movimentos progressistas do próprio Judiciário (especialmente nas segundas instâncias), fechando um cerco de verdadeiros constrangimentos ao redor do ministro.

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