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Enviado por Alex Hercog em 07 de novembro de 2008.

Oi Jorge... não resisti e vou ter que comentar. Tenho sentido um mal-estar com essa história de Obama. Esse sentimento de mudança.. de democracia.. de negritude chegou até a Salvador, minha terrinha, de um modo tão frustrante para mim. As pessoas olham para Obama e enxergam o Super-Homem. O pai dos negros. A confirmação de que no capitalismo basta querer que se conquista o sucesso. E de que os EUA continuam sendo o exemplo para nossas vidas, aspirações e ascensões. Blasfêmia! Olhem os nossos negros. Eu os olhos todos os dias. Sou baiano! É impossível não os olhar. Eles continuam no degrau mais baixo da escada rumo ao sucesso e a realização de vida. Obama não vai mudar nada por aqui. Só que esse sentimento de vitória Obamiana, faz com que se ratifique a idéia de que não precisamos fazer nosso dever de casa. E o pior, quem vai fazer por nós é o presidente dos Estados Unidos do América. Vai nada! E não vamos... Democracia!? Lá? Só se for... Acompanhamos por quase um ano as eleições de lá e por aqui, sabe quem foi eleito? Não sei como anda a câmara de vereadores daí de POA, mas aqui em SSA é de dar pena. O vereador(a) que simboliza nossa câmara é um travesti que dança numa banda de pagode. Nada contra os travestis. Nada contra o pagode. Mas ele foi eleito porque apelava para o exótico, para o esdrúxulo, para o sensacional, então as pessoas achavam engraçado e, só para sacanear, votaram nele. Léo Kret, a mais votada de Salvador. E quí que Obama tem a ver com isso? Conosco? Pô Jorge, infelizmente nada... vai passar os 4 anos e as coisas vão continuar ruins por aqui. Para os negros. Então se a gente não promover a nossa mudança, não mudaremos. Cadê a mídia pra dar uma força, nessas horas? Porque não defende a causa dos negros brasileiros, ao invés de defender a causa do presidente negro (convenhamos que ele nem é tão negro assim; negão mermo só aqui e lá na África) dos Estados Unidos. Pra variaR a mídia não ajuda, mas o cinema é quem salva a pátria. Faz um filme para nós negros. Faz um Ó Paí Ó mais agressivo. Faz um filme, do jeito que só você sabe fazer, que enquanto filma, planta sementes nas almas e nos pés dos atores - todos nós. Faz um filme aqui na Bahia, Jorge. Se quiser eu te ajudo. Saudações rubro-NEGRAS.

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