Giba Assis Brasil

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Eisentofi

Sonhei que fui me encontrar com alguém (acho que a mãe, mas também a Ana) num restaurante que eu não conseguia achar, apesar dos muitos recados de texto, um tanto enigmáticos, que me mandavam: "estamos te esperando", "mais adiante", "tá quente, mas a comida tá esfriando". Caminhei por aquelas ruas meio labirínticas atrás do Barranco (mas por algum motivo eu sabia que estava em Montevidéu) até dar de cara com um outro restaurante, de comida espanhola, e resolver jantar sozinho. Comi batatas e acho que gostei. Só na saída, examinando a nota fiscal, foi que eu vi o nome do local, que não parecia nem um pouco espanhol: Eisentofi - assim mesmo, com essa grafia improvável.
 
Depois, pesquisando, confirmei o que eu já supunha: a palavra eisentofi não existe em língua nenhuma, nem como nome próprio. Mas Einsen é ferro em alemão, Eisentor é portão de ferro. Segundo o tradutor do Google, tofi é o verbo atribuir em samoano. E agora o mais estranho: segundo a wikipédia anglófona, TOFI é também um acrônimo para "thin outside, fat inside" (magro por fora, gordo por dentro), termo médico para descrever pessoas com desequilíbrio de gordura, normalmente com excesso de tecido adiposo no abdômen. Ou seja, eu mesmo.
 
Forçando bastante a barra na tentativa de atribuir um nome: um ferro cravado no meu tecido adiposo abdominal desproporcional é justamente o que eu estou sentindo desde ontem. Acredite se quiser.
 
E fora Temer.