SANEAMENTO BÁSICO, O FILME 

O PROJETO


APRESENTAÇÃO

Uma pequena comunidade de descendentes de colonos italianos no interior do Rio Grande do Sul resolve recorrer a realização de um vídeo para tentar resolver os problemas de saneamento básico da vila. Enfrentando pela primeira vez os dilemas da linguagem audiovisual, pessoas comuns apreendem (e ensinam) muito sobre os limites entre a ficção a realidade, entre a vida e a representação da vida. Sátira sobre os meandros da burocracia, ensaio sobre a linguagem cinematográfica, SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, é também uma comédia que, apesar do tema contemporâneo, tem um enredo de estrutura clássica, baseado nos personagens da Commedia Dell'arte: há um Pantalone (veneziano), um Doutor (bolonhês), um Capitão, um Zanni (o criado), o casal de Enamorados e a Comadre, um universo fechado e restrito de personagens que, como já demonstraram através dos séculos, são capazes de se multiplicar em infinitas variações, representando estelarmente toda a humanidade.

JUSTIFICATIVA

SANEAMENTO BÁSICO, O FILME, é uma comédia política sobre as contradições entre o representar e o fazer, entre o registrar e o transformar. Esta contradição está no cerne da questão moral que é fazer cinema, uma arte cara e sofisticada, num país como o Brasil, com tantas desigualdade sociais e tantas necessidades básicas ainda distantes de imensa parcela da população. Fazer cinema no Brasil é ao mesmo tempo uma necessidade e um luxo. Ter acesso às condições mínimas de saneamento básico são uma prioridade inadiável. Como o estado brasileiro, principal mecenas na produção audiovisual, enfrenta este dilema? Tratar destas questões, ao mesmo tempo com bom humor e profundidade, é contribuir para um debate que é vital para a sociedade moderna, e em especial para a sociedade brasileira. Um filme brasileiro sobre questões brasileiras, mas com um caráter universal. Uma fábula ambientada numa pequena aldeia e, até por isso mesmo, capaz de falar ao mundo.

SINOPSE

A comunidade da Linha Nova, uma pequena vila de descendentes de colonos italianos na serra gaúcha, reúne-se para tomar providências sobre a construção de uma fossa para o tratamento do esgoto da vila. Uma comissão é escolhida para pleitear a obra junto à sub-prefeitura.

A comissão é recebida pela primeira-secretária do sub-prefeito. Após ouvir a reivindicação, a primeira-secretária reconhece a legitimidade da solicitação mas afirma que a sub-prefeitura não dispõe de verbas para obras de saneamento básico até o final do ano, pelo menos. No entanto, a prefeitura tem quase dez mil em verbas para a produção de um vídeo. A verba veio do governo federal e, se não for gasta, terá que ser devolvida.

Em comum acordo com a primeira-secretária, a comunidade decide fazer um vídeo sobre a obra de canalização do Arroio Cristal. A sub-prefeitura apoia fortemente a idéia da realização do vídeo e da utilização da verba para a obra, que seria um absurdo devolver, mas esclarece que, para requerer a verba, a comunidade deve apresentar um roteiro e um projeto do vídeo, e que a verba era necessariamente para obras de ficção.

Os moradores da Linha Nova passam então a fazer um vídeo de ficção que, segundo interpretações, é um filme de monstro, ambientado nas obras de construção de uma fossa, com o único objetivo de usar a verba para as obras. O que eles não esperavam é que a produção do filme fosse se tornando cada vez mais complexa e interessante.



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