AEROPLANOS episódio da série CONTOS DE INVERNO 2002 argumento e roteiro de Marcelo Pires Versão 28/03/2002 coordenação de texto da série Jorge Furtado e Giba Assis Brasil produção: Casa de Cinema de Porto Alegre para RBS TV ******************************************************************* CENA 1 - SAGUÃO DO AEROPORTO / NOITE Tião espera no saguão do aeroporto. Olha o relógio. VOZ DO AEROPORTO Informamos a chegada do vôo 2341 procedente do Rio de Janeiro, com escala em Curitiba. CENA 2 - ARQUIVO / NOITE Avião aterriza. CENA 3 - SAGUÃO DO AEROPORTO / NOITE Tião arruma o cabelo com a mão. CENA 4 - SALA DAS BAGAGENS / NOITE Alice entra na sala das bagagens. CENA 5 - SAGUÃO DO AEROPORTO / NOITE Tião bota a camisa pra dentro das calças. CENA 6 - SALA DAS BAGAGENS / NOITE Alice espera no lado da esteira de bagagens. CENA 7 - SAGUÃO DO AEROPORTO / NOITE Tião coloca um Halls na boca. CENA 8 - SALA DAS BAGAGENS / NOITE Esteira de bagagens pára. Alice está sozinha na sala. ALICE Cadê a minha mala? CENA 9 - SAGUÃO DO AEROPORTO Tião espera no saguão do aeroporto. Olha o relógio. CENA 10 - SALA DAS BAGAGENS Alice no balcão, fala com a moça da companhia. MOÇA A senhora poderia descrever a sua mala? ALICE É triste. MOÇA A sua mala é triste? ALICE Esta situação é triste. MOÇA Eu sei, mas a senhora poderia descrever a sua mala? ALICE É horrível. MOÇA Isso acontece, tenho certeza que nós... ALICE A minha mala é horrível. Pesadona. Difícil de carregar. Um suplício. Detesto malas. Detesto aeroportos. A senhora é do pessoal de terra, né? Pois é: eu também. Eu sou do pessoal de terra. E quero a minha mala! A minha mala horrível. Mas, eu quero. CENA 11 - SAGUÃO DO AEROPORTO / NOITE Alice, com papelzinho na mão, sai pela porta da sala de desembarque. Carrega o papelzinho como se ele fosse precioso, o único papelzinho do mundo. Tião está dormindo na cadeira. Alice chega ao lado dele, vê ele ressonar. ALICE (grita) Curitiba! Tião toma um susto. Levanta-se. ALICE A minha mala horrível está em Curitiba. Chega em mais ou menos duas horas. Temos que esperar. TIÃO Boa noite (pausa)... meu amor. ALICE Boa noite pra quem? TIÃO Vamos tomar um café (pausa)... meu bem? CENA 12 - SAGUÃO / NOITE Tião e Alice caminham pelo saguão. ALICE Café preto e pão de queijo, café preto... Tião e Alice param na frente do elevador. Tião chama o elevador, aperta o botão. ALICE ... e pão de queijo, a dieta típica de quem vive em aeroporto. O elevador chega. Tião segura a porta e dá passagem pra Alice. TIÃO Você primeiro (pausa), minha querida. CENA 13 - ELEVADOR Interior do elevador. O elevador pára, estraga entre dois andares. ALICE O que é isso? TIÃO Parou. ALICE Isso eu sei. Parou por quê? TIÃO Isso eu não sei. Calma. ALICE Eu não acredito. TIÃO Já vai andar, calma. ALICE Eu não acredito. Presa em um relacionamento que está preso em um elevador que está preso em um aeroporto. Eu não vou suportar ficar aquiþ sem decolarþ nem aterrissarþ sem decolar... nem aterrissar... elevador é uma espécie de nave.... sim: é uma aeronave... elevador é um tipo de avião... só que mais apertado... mais abafado... mais enlouquecedor... mais... TIÃO Quem me dera estar dentro de um avião. A gente teria poltronas. E serviço de bordo. ALICE Você é engenheiro, Tião, faça alguma coisa. Pausa. TIÃO (grita) Socorro! Alguém aí do aeroporto... socorro... nós estamos presos no elevador... socorro! ALICE A faculdade de engenharia ensina a berrar? Você tem graduação em grito? TIÃO Alice, fique quieta. Deste jeito ninguém vai ouvir os meus gritos. Calma, eles já estão providenciando tudo. ALICE Eles quem, Tião? TIÃO Sei lá. A guarda costeira. A cruz vermelha. A ONU. O Greenpeace. Os super-amigos. Enfim, o pessoal do aeroporto. Não vai levar nem um minuto, você vai ver. ALICE (olha o relógio) Quando passar o minuto, eu aviso. TIÃO Alice, fique quieta, ok? ALICE Ok. Alice dá as costa pra ele. Tião dá as costas pra ela. CENA 14 - ELEVADOR / NOITE Eles em outra posição, se evitando dentro do elevador. passagem de tempo. Eles em outra posição, se evitando dentro do elevador. passagem de tempo. Eles em outra posição, se evitando dentro do elevador. passagem de tempo. Alice repara em um pacote que Tião trouxe consigo. ALICE O que é isso? TIÃO Um presente. ALICE Já que não tem mais ninguém por aqui, presumo que seja para mim. Ele dá o presente, ela abre, é um vestido. Vermelho. Ela gosta. Vai tirando a roupa. ALICE Vou experimentar. Isso aqui parece um provador mesmo. Ela fica de calcinha e sutiã. ALICE Olhe pro outro lado. Tião se vira, mal humorado. TIÃO Não é a primeira vez que você se troca na minha frente. ALICE Talvez seja a última. Vire-se. Mesmo dentro de um elevador, tenho direito à um mínimo de liberdade. Fica linda no vestido. Tião se vira. Olha pra ela. TIÃO Você ficou linda. A mulher mais linda deste elevador. ALICE É pouco. TIÃO A mulher mais linda deste aeroporto. Eles se beijam. Pinta o maior climão. ALICE Ainda é pouco. TIÃO A mulher mais linda da cidade. ALICE Melhorou. Mas... ainda... sei lá... poderia ser melhor. Eles se agarram pra valer. TIÃO A mulher mais linda do Brasil. Não: do mundo. ALICE Parabéns. Agora ficou razoável. Neste agarro, toca música (do Jorge Mautner): Aeroplanos você faz tantos planos fica voando em aeroplanos da imaginação porque não faz seu campo de pouso no aeroporto do meu coração você voa com as nuvens que são penugens cor de algodão e só retorna pra terra com a chuva como gotas negras que batem no chão Alice e Tião transam. A câmera deriva e mostra o sinal de "pra cima" e o sinal de "pra baixo", mostra o sinal de "pra cima" e o sinal de "pra baixo", mostra o sinal de "pra cima" e o sinal de "pra baixo" mostra o sinal de "pra cima" e o sinal de "pra baixo". CENA 15 - ELEVADOR / NOITE Alice e Tião, sentados no chão do elevador, a cabeça dela no ombro dele. ALICE Sabe o que eu mais detesto em aeroporto? Aeroporto parece uma enorme sala de reunião. Um monte de homens, homens de terno e gravata tomando cafezinho, um monte de pastas, um monte de agendas, um monte de celulares. E poucas mulheres. TIÃO Tem mais homem, mas tem mulher também. ALICE São minoria, sempre. E quase todas estão de taillers. Taillers e escarpans. Taillers com enchimento nos ombros. E escarpans de salto alto. Aeroporto tem mármore por todos os cantos, e cadeiras de plástico, e detalhes em aço. Por quê não existe um aeroporto rústico? Só vou gostar de um aeroporto quando tiver taboão no chão. E móveis de vime. Com grandes almofadões. E lareira! Alice levanta, espia para fora do elevador. ALICE Não suporto mais esta vidaþ eu sou jornalista, não sou comissária de bordo... quando é que a gente vai morar junto? TIÃO Não sei, estou no 14§ piso de uma obra de 20 andares. ALICE Não, Tião, você está preso entre o térreo o e 1§ andar do aeroporto, em um elevador, só comigo. Seja sincero: algum dia nós vamos morar juntos? TIÃO Não quero ir pro Rio. ALICE Eu venho pra cá. TIÃO Não sei, Alice. Travei. Como o elevador. Ela se afasta, vai para o outro lado do elevador. Com raiva, Alice bate o pé na parede e, neste momento, o elevador se movimenta. CENA 16 - SAGUÃO / NOITE As portas abrem. Um pequeno grupo vê o casal sair do elevador. No grupo está JOANA (o travesti da história do "Dr.Genarinho")). O grupo assusta Alice. Acuada, ela sai gritando, passando entre os curiosos. ALICE Perdi um ano e meio da minha vida! JOANA Mulher é assim: fica quinze minutinhos presa, já diz que é uma vida inteira. Exageraada... CENA 17 - BANHEIRO FEMININO/ NOITE Alice entra no banheiro feminino. Surge a senhora da limpeza. Alice tira o vestido vermelho e recoloca a roupa com a qual chegou. SENHORA Já sei, briga com o namorado. ALICE Ex! Ex-namorado. SENHORA Isso mesmo... como é mesmo o seu nome? ALICE Alice. SENHORA Isso mesmo, Alice. Homem é que nem avião. Se a gente perde um, logo pega outro. Tião tenta entrar no banheiro. A senhora da limpeza não deixa. Empurra ele com a vassoura. TIÃO Alice, eu quero falar com você. SENHORA Homem não entra aqui. TIÃO Alice, manda esta mulher sair da minha frente... SENHORA Quem manda neste banheiro sou eu. Desinfeta. ALICE Exato, Tião. Desinfeta. CENA 18 - SAGUÃO / NOITE Tião do lado de fora do banheiro. Joana chega. JOANA Não deixaram você entrar no banheiro feminino? TIÃO Não. JOANA Não liga, fazem isso comigo o tempo todo. CENA 19 - BANHEIRO FEMININO ALICE Tião é daqui, eu sou do Rio. Não agüento mais aeroporto. SENHORA Eu trabalho há 10 anos neste serviço. Também não agüento mais aeroporto. ALICE Ele não quer viver comigo. Não quer ter (faz um gesto mostrando o ambiente em volta) um banheiro em comum comigo, entende? SENHORA Viver junto, tudo bem, Alice, mas, acredite em mim, é melhor cada um ter o seu banheiro. Homem nunca levanta a tampa do vaso. Deixa toalha molhada em qualquer lugar. ALICE Aperta a pasta de dente sem método nenhum. SENHORA Molha toda a pia quando faz a barba. E ainda reclama quando a gente deixa a calcinha secando no registro. Vai pendurar a calcinha aonde? No lustre da sala? ALICE A senhora me convenceu. As duas riem. A senhora dá um beijo maternal na testa dela. CENA 20 - BANHEIRO MASCULINO Joana no mictório. Tião na pia. JOANA Você vai esperar por ela? TIÃO Vou. JOANA Tem certeza? TIÃO Tenho. JOANA Não quer, por exemplo, pegar um elevador comigo? TIÃO Não. JOANA Eu conheço um elevador ótimo ... espaçoso... com piscina... cama redonda... churrasqueira... TIÃO Eu preferia ficar sozinho. Se você não se importa. JOANA Se você quer ficar sozinho, vai conseguir. Quando ela sair deste banheiro, não vai nem olhar na sua cara. Tchau! Tião olha-se no espelho. TIÃO (para a câmera) Pior que ele tem razão. CENA 21 - BANHEIRO FEMININO Alice, no espelho, se recompõe. ALICE Brigada, viu? Eu não sei o que seria de mim se eu não tivesse encontrado a senhora. Eu seria capaz de usar todas estas folhas de papel... de tanto chorar... e aqui, olha só, recomendam que a gente só use duas folhas... SENHORA Quem escreveu isso nunca chorou num banheiro de aeroporto. ALICE Nunca... gente contida... gente mesquinha... só se permite duas folhinhas de choro... eu não... eu juro... juro que nunca mais ponho meu pé aqui... a senhora e Salgado Filho que me perdoem... vou agora pro Rio... (dá um cartão pra senhora)...este é o meu telefone...me liga, por favor... SENHORA Ligo, minha filha, mas a cobrar. Esse tal de Salgado Filho me paga uma miséria! ALICE Tá combinado. Deu pra ti, baixo astral... Porto Alegre, tchau. SENHORA Tchau, Alice. Alice já trocou de roupa. Sai do banheiro, esquecendo o vestido vermelho lá, em cima da pia. A senhora percebe o vestido, sai atrás dela. CENA 22 - SAGUÃO / AMANHECER Surge a senhora, atrás de Alice. Mas, estanca. Percebe Tião tentando acalmar Alice. Alice está comprando uma passagem no balcão da companhia. TIÃO Alice, vamos conversar. Fica comigo. ALICE (cantarola) ...aperte o cinto, vamos chegar dentro de mais um minuto estaremos no Galeão... pa-ra-pa-ram! TIÃO Alice, deixa de bobagem, fica até manhã. Alice pega a passagem e mostra pra Tião. ALICE Tião, eu nunca tive tanto prazer em voar. Na verdade, eu nunca tive prazer em voar. Será a primeira vez. Adeus, Tião. TIÃO E a sua mala? ALICE Fica com ela, Tião. Vocês foram feitos um para o outro. Embarca imediatamente. Tião fica sem reação, fica olhando Alice ir embora. A senhora, ainda com o vestido na mão, se aproxima e diz pra Tião. SENHORA Entendeu? TIÃO O quê? SENHORA O comentário sobre a mala. TIÃO Entendi. Ela insinuou que eu sou um tremendo mala e combino com a aquela mala horrível... SENHORA Não, ela quis dizer que você... e a horrível mala... estão perdidos. Alice passa pela porta de embarque. Não olha pra trás. A moça confere as passagens, na porta do Embarque. A senhora vai embora. A moça lá do começo, a moça da sala de embarque, aparece e traz a mala, horrível realmente, e deixa do lado de Tião. MOÇA Ela já foi? TIÃO Já. Entrega um papel e uma caneta a ele. MOÇA Eu preciso da sua assinatura. Tião assina. A moça vai embora. Tião senta na mala e fica ali, abandonado. CENA 23 - SAGUÃO / NOITE Passagem de tempo. Uma semana depois. Tião está na porta da sala de desembarque do aeroporto. Liga pra Alice do celular. TIÃO Alice, tô aqui no Aeroporto, te esperando. INTERCALADO COM CENA 24 - QUARTO DE ALICE Alice, em seu quarto, no Rio. ALICE E eu tô aqui, linda, cheirosa, esperando um amigo pra sair. TIÃO Que amigo? ALICE A Beth. TIÃO Mas, a Beth é amiga. ALICE Meu ombro amigo. Por sinal, ele chegou. Vou desligar. TIÃO Eu vou esperar por você, Alice, toda sexta-feira. Aqui, no aeroporto. ALICE Eu sempre soube que você tem tara por aeroporto. Tchau, Tião. Ele fica lá, parado, magoado, sozinho ali. CENA 25 - SAGUÃO / NOITE Passagem de tempo. Uma semana depois. Tião está na porta da sala de desembarque do aeroporto. Nada. CENA 26 - SAGUÃO / NOITE Passagem de tempo. Uma semana depois. Tião está na porta da sala de desembarque do aeroporto. Nada. CENA 27 - SAGUÃO / NOITE A senhora da limpeza está falando ao telefone. Ao fundo, Tião espera. SENHORA Sério, Alice, ele tá lá esperandoþ vem toda sextaþ traz até a tua mala.... horrível... não, não tô falando da mala... tô falando da situação do Tião... ele só vai embora quando desce a última pessoa do vôo... o quê? Bonitinho? Olha, Alice, emagreceu, mas tá bonitinho. CENA 28 - SAGUÃO / NOITE Passagem de tempo. Uma semana depois. Tião está na porta da sala de desembarque do aeroporto. O celular dele toca. Ele atende. INTERCALADA COM CENA 29 - QUARTO / NOITE Alice, na janela do quarto, luzes ao fundo. ALICE (MUITO NERVOSA) Tião, você está bem, Tião? TIÃO Alice, o que foi? ALICE Eu tive um pesadelo, (ela chora) um pesadelo horrível. TIÃO Que pesadelo? Alice olha para a rua, a imagem de Tião, de quepe, surge refletida no vidro. ALICE Eu sonhei que você era piloto de avião... (ela chora) você usava um quepe ridículo... (ela chora mais) TIÃO Você ligou porque eu estava usando quepe? Um acidente aéreo, refletido no vidro, funde-se à imagem do rosto dela. ALICE Não, Tião... o avião caiu... (ela chora) você era péssimo piloto... TIÃO Alice, foi só um sonho. Um caixão e uma coroa de flores se sobrepõe por fusão ao rosto dela. ALICE Você morreu, Tião, e apesar do quepe... (ela chora) apesar de ser péssimo piloto... (ela chora) TIÃO A ligação tá péssima! ALICE Eu fiquei arrasada... eu não posso viver sem você, Tião, você morreu... TIÃO Eu tô vivo, Alice, mais magro, mas tô vivo. ALICE Como é que eu vou saber que isso ainda não é o sonho? TIÃO Deita de novo. Deitou? Alice deita. ALICE Deitei. TIÃO Eu vou cantar pra você dormir... (ele canta, sem jeito, no saguão do aeroporto, mas com muita doçura) "você faz tantos planos, fica voando em aeroplanos da imaginação, porque não faz seu campo de pouso, no aeroporto do meu coração". A Senhora se aproxima, fecha os olhos, fica ouvindo Tião cantar. Alice fecha os olhos, o rosto fica tranqüilo. Tião desliga o telefone. A Senhora abre os olhos. TIÃO (para a Senhora) Dormiu. A Senhora volta a varrer. Tião vai saindo do aeroporto. Toca o telefone de novo. ALICE Você ainda tá guardando a minha mala? TIÃO Claro. ALICE Então tô chegando aí amanhã. TIÃO (emocionado) Eu vou estar aqui. Te esperando. CENA 30 - SAGUÃO DO AEROPORTO Outro dia. No saguão do aeroporto, ele espera. Ninguém chega. Já saíram todas as pessoas do vôo. Suspense. Ninguém chega. Ele se desilude. Surge a senhora da limpeza (está com o vestido vermelho no corpo). Tião olha pra ela. TIÃO Ela não vem. SENHORA Vem sim, Sebastião. Ela decidiu duas coisas: nunca mais perder você, nunca mais pegar um avião. Tião olha para a Senhora, pensa um pouco, sorri. Ele dá um beijo na Senhora e sai correndo. CENA 31 - RODOVIÁRIA Alice e Tião estão se abraçando na rodoviária. Maior clima de love story. É um dia de neve em Porto Alegre. Toca a música "Nuvem Passageira" de Hermes Aquino. Na versão original. FIM ******************************************************************* (c) Marcelo Pires, 2002 Casa de Cinema de Porto Alegre http://www.casacinepoa.com.br