SANEAMENTO BÁSICO, O FILME
Entrevista com Wagner Moura
Quem é seu personagem?
É o Joaquim, casado com a Marina e chefe da marcenaria Marghera.
Como você vê o seu personagem?
Ele é meio distraído, começa o filme às turras com a Marina, mas o que ele quer mesmo é viver em paz com ela e o filme ajuda nisso porque ele se apaixona pelo filme e começa a mostrar para ela que pode ser o pai dos filhos que eles ainda não têm.
O que orientou a sua preparação para viver o personagem?
Tive alguns encontros com Jorge no Rio e outro em Porto Alegre, tardes agradabilíssimas em que, entre outras coisas, traçamos um perfil legal do Joaquim.
O que você espera do seu personagem?
Quero que ele seja engraçado porque trata-se de uma comédia, mas vou tentar revelar a humanidade dele. Não é uma comédia rasgada, é um humor mais parecido com o da vida cotidiana, bem ao estilo dos filmes de Jorge.
Como é ser dirigido por Jorge Furtado?
Tudo com Jorge e com a Casa de Cinema é prazeroso demais. Jorge é um homem muito inteligente e divertido e é bom estar perto dele. A sensação de família criada na Casa de Cinema é muito gostosa e ensaiar com Jorge vira uma conversa boa sobre livro, cinema, Shakespeare, Sergio Sampaio, de que ele me ensinou a gostar. Enfim, é muito bom. Tenho certeza que vamos nos divertir muito no SANEAMENTO.
Como foi o convite para trabalhar no filme. Conte essa história.
Eu só tinha trabalhado com Jorge uma vez, no programa CENA ABERTA, mas sempre que eu encontrava ele ou a Nora eu ficava pedindo para eles me chamarem pra fazer alguma coisa com eles. No início do ano Jorge me ligou me dando essa chance.
Quais as contribuições que o ator traz para um roteiro escrito por Jorge Furtado?
Eu acho que, no caso de um roteiro, que é escrito para virar cinema e não para ser lido pelas pessoas, o personagem, por mais bem escrito que seja, só aparece mesmo quando entra o ator, é esse o nosso trabalho. Mas quando é um roteiro de um cara como Jorge fica tudo mais fácil.
O que acontece nos ensaios? Ensaio é só repassar o texto? Como é o processo?
Os ensaios com Jorge são encontros em que vamos juntos montando o quebra-cabeca da construção dos personagens. Ele é sempre muito aberto às nossas contribuições, muitas vezes ele pega o computador e reescreve uma cena inteira depois de chegar a uma conclusão junto com o ator. Jorge é acostumado a trabalhar em esquema de parceria, ele sabe ouvir os outros, mas por outro lado, sabe o que é ou não é legal para o filme que ele escreveu. Ele tem uma visão muito precisa do que quer; se a contribuição for boa ele aceita, se não, não.
Como descreveria a sua relação com o fazer cinema?
Minha casa é o teatro. Gosto de pensar assim porque amo o teatro e aprendi tudo ali, mas o cinema mudou muito a minha vida e aprender a fazer cinema tem sido muito gostoso. O encontro com pessoas como Jorge faz com que essa relação se torne ainda mais profunda e estimulante.
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