SANEAMENTO BÁSICO, O FILME 

Entrevista com
Margarida Peixoto



Como é ser dirigido por Jorge Furtado? 

Jorge Furtado é um dos diretores mais equilibrados que conheço. Muito afável, direto, estuda muitíssimo o roteiro, e isto lhe confere a serenidade necessária para ser objetivo com os atores. Quando vamos trabalhar com ele no set a pior fase, angústias, medos e dúvidas do diretor, já estão administradas e suficientemente superadas. Mesmo assim, é aberto a sugestões e contribuições dos atores. É uma pessoa segura e muito bem humorada, cercado de pessoas competentes em sintonia harmoniosa. Total sonho de consumo para nós atores.
 
Como foi o convite para trabalhar no filme? conte essa história.

Partiu do próprio Jorge. Trabalhamos duas vezes anteriormente. Tanto Jorge quanto a Nora conhecem meu trabalho no teatro e, sendo o papel adequado para mim, veio o convite.
 
Quem é seu personagem?

Seu nome é Carmem. Ela tem uma loja de confecções. É uma das pessoas que apóiam financeiramente a produção do vídeo.
 
Como vê o seu personagem? 

Ela é desconfiada e arredia. Uma mulher que venceu na vida trabalhando. Conquistou status na cidade onde mora tendo a maior e melhor loja de roupas femininas da região. Tem medo de ser passada para trás, mas acaba cedendo aos apelos do produtor e contribui modicamente.
 
O que orientou a sua preparação para viver o personagem?

O que sempre orienta na construção de qualquer personagem: a reprodução de tipos reais, que têm perfil semelhante àquele que vamos criar. Conheço pessoas muito parecidas com a Carmem.
 
O que você espera de seu personagem?

Que seja convincente.
 
Quais as contribuições que o ator traz para um roteiro escrito por Jorge Furtado?

As imprescindíveis. O roteiro é uma criação intelectual impressa que fica concreta e palpável através da interpretação dos atores. Com inteligência, habilidade e detalhamento o ator corporifica e conta uma história que foi criada, mas que só era visível no imaginário de quem a lesse. Daí a importância na escolha certa do elenco e nisto o Jorge também é um craque. É só assistir aos seus trabalhos anteriores.
 
O que acontece nos ensaios? Ensaio é só repassar o texto? Como é o processo?

O ensaio serve basicamente para a marcação da cena, os deslocamentos, posição de câmera, luz, etc. o texto está evidentemente decorado, mas o ensaio propicia a contracenação entre os atores e é neste exercício que encontramos a naturalidade de ação e emissão do texto, tão caros ao cinema.
 
Como descreveria a sua relação com o fazer cinema?

Quando o grupo é bacana, até mesmo esperar horas (inevitável quando filmamos) não chega a ser um fardo. No set, na hora do "rodando!" é o céu. Na sala de cinema, tanto tempo depois, é apreensão e resignação. Mas fazer é felicidade pura.



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