TRATAMENTOS DO ROTEIRO

O primeiro tratamento de "Tolerância", bem diferente do que viria a ser filmado em 1999, foi escrito por Carlos Gerbase entre outubro e dezembro de 95, sendo concluído em 13/12/1995. "Júlio", formado em jornalismo, dava aula de redação numa escola de II Grau. "Márcia", sua esposa, advogada, trabalhava numa ONG ligada ao movimento sem-teto. "Tiago" (hoje "Teodoro"), também da ONG, era amigo do casal. "Anamaria" era aluna de Júlio e trabalhava na creche em que ficava "Guida" (uma criança de dois anos, filha de Júlio e Márcia). Este foi o roteiro registrado na Biblioteca Nacional e base para o projeto de captação de recursos. Gerbase escreveu um segundo tratamento em 97, com poucas modificações.

Mas o quarto tratamento, escrito em julho/agosto de 98, já com a participação de Jorge Furtado e Álvaro Teixeira, fez alterações importantes na estrutura dramática e nos personagens. Apesar da idéia central ter sido mantida, o roteiro começava a ganhar mais ação. "Guida" deixou de ser um bebê para ser uma jovem de dezessete anos. "Anamaria" passou a ser sua amiga, colega de cursinho pré-vestibular. "Teodoro" virou líder sem-terra. "Júlio" passou a ser editor de fotografias de uma revista "para homens". Este tratamento foi inscrito no prêmio RGE-Governo do Estado e acabou sendo um dos três selecionados.

O sexto tratamento, de fevereiro de 99, contém as modificações feitas por Gerbase durante as férias de fevereiro. Basicamente, os diálogos foram revisados e todas as cenas que envolviam "Márcia" e "Teodoro" foram reescritas. O sétimo, o oitavo, o nono e o décimo tratamentos, todos de março de 99, marcam a entrada de Giba Assis Brasil. A principal modificação é que o personagem "Teodoro" deixou de ser um líder do MST, passando a ser um pequeno agricultor em litígio com o dono das terras em que trabalha, e a trama policial que o envolve se sofisticou.

"Anamaria" virou produtora de uma banda de rock, na qual Guida toca guitarra. O décimo primeiro é de abril de 99, com uma revisão geral de diálogos. O décimo segundo, de maio de 99, é o roteiro definitivo (foi o utilizado na decupagem do filme).

Durante os ensaios, alguns diálogos ainda sofreram alterações, mas nenhuma cena foi acrescentada nem suprimida.

O número de tratamentos (doze) é resultado do desenvolvimento do roteiro, nesse período de quase quatro anos de trabalho. Mas "Tolerância" teve, na verdade, "apenas" três grandes mudanças de rota nesse período. Se o primeiro tratamento (de dezembro de 95) e o último (de maio de 99) fossem filmados, gerariam dois filmes completamente diferentes, apesar da idéia básica estar mantida.
 


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