Jorge Furtado
A Rússia czarista em cores.
Em 1909 o Czar Nicolau II pediu ao fotógrafo Sergei Mikhailovich Prokudin-Gorskii (1863-1944) que registrasse, em fotos, o interior do seu grande império. Um detalhe: o Czar queria as fotos coloridas. Sergei desenvolveu um sistema com três chapas de negativo e cumpriu sua tarefa brilhantemente, registrando imagens do povo e do interior da Rússia, entre 1909 e 1912. São fotografias de extraordinária riqueza que nos revelam, em cores nítidas, um mundo que já não existe.
http://www.boston.com/bigpicture/2010/08/russia_in_color_a_century_ago.h...
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O mundo há um século, em cores.
Em 1909 o banqueiro francês Albert Kahn (1860-1940) resolveu viajar pelo mundo registrando, em fotos coloridas, os costumes de vários países, inclusive o Brasil. São dele as primeiras fotos coloridas do Rio de Janeiro. (Não confundir com seu homônimo, o grande arquiteto russo, naturalizado americano, responsável por muitos prédios de fábricas em Detroit). O banqueiro-fotógrafo deixou um acervo de mais de 70 mil fotos, em viagens realizadas entre 1909 e 1931.
http://en.wikipedia.org/wiki/Albert_Kahn_(banker)
http://albert-kahn.hauts-de-seine.net/
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Deuses em cores
No início de 2008 visitei uma exposição no museu de Harvard, “Gods in color”, com réplicas de estátuas gregas em suas cores originais, restauradas por uma equipe de pesquisadores alemães do Stiftung Archäologie e do Staatliche Antikensammlungen Glyptothek, de Munique. Eles analisaram o mármore das estátuas com métodos para lá de modernos e complicados e conseguiram determinar, com exatidão de detalhes, as cores originais de esculturas e frisos gregos.
Estamos acostumados a ver todo aquele mármore branco, combinando com os lençóis que eles usavam de roupa, e esquecemos que a pintura colorida, feita a base de tintas orgânicas (como a têmpera) se perdeu com o tempo.
Vendo a antiguidade clássica em suas cores originais, podemos perceber que eles não eram tão clássicos assim, e com toda a sua sabedoria, ciência, arte, teatro, filosofia e literatura, não estavam tão longe dos seus contemporâneos maias, incas, astecas. Platão, Aristóteles, Ésquilo e turma, não passavam de uns índios letrados.
http://www.harvardartmuseums.org/exhibitions/past/detail.dot?id=17891
http://www.boston.com/ae/theater_arts/articles/2008/01/06/sculpture_show_of_a_different_color/