Jorge Furtado
Quem já entendeu o mundo pós-Google sabe que o fluxo de informações segue palavras-chave, tags (etiquetas) associadas a uma notícia. Muitas vezes o tag é o nome próprio dos envolvidos no assunto, às vezes é o nome do lugar onde o fato se deu, às vezes é algum detalhe marcante da notícia.
Quando o deputado Roberto Jefferson, réu confesso num esquema de lavagem de dinheiro para o caixa dois de campanhas eleitorais, batizou de “mensalão” o método inventado por Marcos Valério e turma para financiar a reeleição do governador mineiro Eduardo Azeredo (à época presidente nacional do PSDB), método este que foi, a seguir, alegremente adotado por José Dirceu e turma para financiar campanhas petistas, estava criando a palavra-chave adotada pela mídia para toda e qualquer matéria que pretendia fustigar o governo Lula.
“Mensalão” virou sinônimo de maracutaia política, depois do tucano e do petista veio o mensalão do DEM em Brasília e ainda o “mensalinho”, no Congresso Nacional. Ainda hoje, uma pesquisa no Google para a palavra “mensalão” encontra 3 milhões e 180 mil ocorrências.
Pois a palavra “privataria” acaba de atingir seu primeiro milhão no Google. Para ser mais exato, 1.070.000. (09:54, 20.12.11). Ela serve de busca para as matérias sobre o livro de Amaury Ribeiro Jr. “A privataria tucana”, que apresenta documentos e provas irrefutáveis – e por isso não refutadas – do enriquecimento ilícito de altas figuras do PSDB e seus familiares no processo de privatização de empresas brasileiras, durante o governo tucano. Para resumir, eles vendiam para eles mesmos e, somas e restos, embolsavam o lucro.
Contagem da busca "privataria" no Google,
14.12.11, às 12:21: aproximadamente 495.000 citações.
14.12.11, às 22:58: aproximadamente 547.000 citações.
16.12.12, 10:09: aproximadamente 636.000 citações
20.12.11, 09:54: aproximadamente 1.070.000 citações.
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Procurei o livro "A privataria tucana" ontem, na Livraria Cultura de Porto Alegre. Esgotado. A Cultura encomentou 100 exemplares, mas havia 130 reservas, nenhum livro à venda.
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Atualizado em 25.12.11:
Do blog do Noblat, em O Globo:
POLÍTICA
PSDB decide processar autor do livro A Privataria Tucana
Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, disse há pouco a este blog que na próxima semana seu partido entrará com ações na Justiça contra o jornaista Amaury Ribeiro Jr., autor do livro "A Privataria Tucana", e o editor Luiz Fernando Emediaro, dono da Geração Editorial e responsável pela publicação do ivro. "Vamos para cima deles. O livro está repleto de mentiras", explica Sérgio.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/12/24/psdb-decide-processar-autor-do-livro-privataria-tucana-423164.asp
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Do blog Viomundo, de Luis Carlos Azenha:
25 de dezembro de 2011 às 14:04
Luiz Fernando Emediato: “Que venham os processos!”
por Conceição Lemes
(...)
“Vivemos num sistema democrático e nos processar é um direito do PSDB”, afirma Emediato “Consequentemente, que o exercite, se julgar conveniente.”
“Apenas advirto que o último a processar o jornalista Amaury Ribeiro Jr. se deu mal”, observa. “Além de ter resultado na inocência do jornalista, o processo fez com que ele tivesse acesso aos documentos da CPI do Banestado, que embasam parte do livro A Privataria Tucana.”
Emediato refere-se a Ricardo Sérgio de Oliveira, ex- presidente da área internacional do Banco do Brasil na gestão FHC e tesoureiro de campanhas do PSDB, inclusive das de José Serra à presidência.
Ricardo Sérgio entrou com processo contra Amaury por danos morais em função de reportagens nas quais o denunciou. O jornalista recorreu então a um procedimento chamado exceção da verdade, que lhe permitiu ter acesso a todos os documentos da CPI do Banestado que envolviam o Ricardo Sérgio.
Em entrevista dada a esta repórter, Amaury Ribeiro Jr. já antecipou: “Com certeza, vou recorrer novamente à exceção da verdade para provar que tudo o que está em A Privataria Tucana é verdade. É só me questionarem”.
Quanto à possibilidade de o PSDB processar a Geração Editorial e/ou o seu dono, Emediato retruca: “Eu trabalhei em várias campanhas do PSDB na década de 1990. Portanto, não me faltam documentos para me defender. Que venham os processos!”
http://www.viomundo.com.br/politica/luiz-fernando-emediato-que-venham-os-processos.html
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Contagem no Google da palavra “privataria”:
Aproximadamente 1.470.000 citações
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Atualizado em 28.12.11:
Do Terra magazine:
SEGUNDA, 26 DE DEZEMBRO DE 2011, 21H15
Verônica Serra rebate acusações de "A privataria tucana"
Da Redação
A empresária Verônica Serra, filha do ex-governador José Serra (PSDB), divulgou uma nota em que rebate as acusações do livro "A privataria tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr. "São notícias plantadas desde 2002 - ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez - e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade", afirma Verônica.
Ela desmente que tenha sido sócia de Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, preso pela Operação Satiagraha da Polícia Federal, em 2008. "Da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa", explica.
A filha de Serra diz que os "caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça". "Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização", relatou Verônica.
Amaury Ribeiro Jr. relata casos de desvios de recursos e pagamentos de propinas durante o processo de privatizações no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo o autor, houve um esquema de lavagem de dinheiro com conexões em paraísos fiscais, unindo membros do PSDB, como o ex-ministro da Saúde e ex-governador paulista José Serra, ao banqueiro Daniel Dantas.
Confira a íntegra da nota de Verônica Serra:
"Nos últimos dias, têm sido publicadas e republicadas, na imprensa escrita e eletrônica, insinuações e acusações totalmente falsas a meu respeito. São notícias plantadas desde 2002 - ano em que meu pai foi candidato a presidente pela primeira vez - e repetidas em todas as campanhas posteriores, não obstantes os esclarecimentos prestados a cada oportunidade. Basta lembrar que, em 2010, fui vítima de quebra ilegal de sigilo fiscal, tendo seus autores sido indiciados pela Polícia Federal. E, agora, uma organizada e fartamente financiada rede de difamação dedicou-se a propalar infâmias intensamente através de um livro e pela internet. Para atingir meu pai, buscam atacar a sua família com mentiras e torpezas.
1. Quais são os fatos?
- Nunca estive envolvida nem remotamente com qualquer tipo de movimentação ilegal de recursos.
- Nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas.
- Jamais intermediei nenhum negócio entre empresa privada e setor público no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
- Não fui sócia de Verônica Dantas, apenas integramos o mesmo conselho de administração.
Faço uma breve reconstituição desses fatos, comprováveis por farta documentação.
2. No período entre Setembro de 1998 e Março de 2001, trabalhei em um fundo chamado International Real Returns (IRR) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como conseqüência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa "ponto.com", provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
6. Em conseqüência do investimento feito pelo IRR na Decidir, passei a integrar o seu Conselho de Administração (ou, na língua inglesa, "Board of Directors"), representando o fundo para o qual trabalhava.
7. À época do primeiro investimento feito pelo IRR na Decidir, o fundo de investimento Citibank Venture Capital (CVC) - administrado, no âmbito da América Latina, desde Nova Iorque - liderou a operação.
8. Como o CVC tinha uma parceria com o Opportunity para realizar investimentos no Brasil, convidou-o a co-investir na Decidir, cedendo uma parte menor de seu aporte. Na mesma operação de capitalização da Decidir, investiram grandes e experientes fundos internacionais, dentre os quais se destacaram o HSBC, GE Capital e Cima Investments.
9. Nessa época, da mesma forma como eu fui indicada para representar o IRR no Conselho de Administração da Decidir, a Sra. Veronica Dantas foi indicada para participar desse mesmo conselho pelo Fundo Opportunity. Éramos duas conselheiras (e não sócias), representando fundos distintos, sem relação entre si anterior ou posterior a esta posição no conselho da empresa.
10. O fato acima, no entanto, serviu de pretexto para a afirmação (feita pela primeira vez em 2002) de que eu fui sócia de Verônica Dantas e, numa ilação maldosa, de que estive ligada às atividades do empresário Daniel Dantas no processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil. Em 1998, quando houve a privatização, eu morava há quatro anos nos Estados Unidos, onde estudei em Harvard e trabalhei em Nova York numa empresa americana que não tinha nenhum negócio no Brasil, muito menos com a privatização.
11. Participar de um mesmo Conselho de Administração, representando terceiros, o que é comum no mundo dos negócios, não caracteriza sociedade. Não fundamos empresa juntas, nem chegamos a nos conhecer, pois o Opportunity destacava um de seus funcionários para acompanhar as reuniões do conselho da Decidir, realizadas sempre em Buenos Aires.
12. Outra mentira grotesca sustenta que fui indiciada pela Polícia Federal em processo que investiga eventuais quebras de sigilo. Não fui ré nem indiciada. Nunca fui ouvida, como pode comprovar a própria Polícia Federal. Certidão sobre tal processo, da Terceira Vara Criminal de São Paulo, de 23/12/2011, atesta que "Verônica Serra não prestou declarações em sede policial, não foi indiciada nos referidos autos, tampouco houve oferecimento de denúncia em relação à mesma."
13. Minhas ligações com a Decidir terminaram formalmente em Julho de 2001, pouco após deixar o IRR, fundo para o qual trabalhava. Isso ressalta a profunda má fé das alegações de um envolvimento meu com operações financeiras da Decidir realizadas em 2006. Essas operações de 2006 - cinco anos após minha saída da empresa - são mostradas num fac-símile publicado pelos detratores, como se eu ainda estivesse na empresa. Não foi mostrado (pois não existe) nenhum documento que comprove qualquer participação minha naquelas operações. Os que pretendem atacar minha honra confiam em que seus eventuais leitores não examinem fac-símiles que publicam, nem confiram datas e verifiquem que nomes são citados.
14. Mentem, também, ao insinuar que eu intermediei negócios da Decidir com governos no Brasil. Enquanto eu estive na Decidir, a empresa jamais participou de nenhuma licitação.
Encerro destacando que posso comprovar cada uma das afirmações que faço aqui. Já os caluniadores e difamadores não podem provar uma só de suas acusações e vão responder por isso na justiça. Resta-me confiar na Polícia e na Justiça do meu país, para que os mercadores da reputação alheia não fiquem impunes."
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5533902-EI6578,00.html
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No site Congresso em Foco:
Opportunity se manifesta sobre “privataria tucana”
Em nota, assessoria do grupo de Daniel Dantas rebate as denúncias do livro de Amaury Ribeiro Jr.
Prezados senhores,
A entrevista “Amaury Ribeiro Jr.: assim caminhou a privataria” publicada, em 19 de dezembro, no site Congresso em Foco, cita Daniel Dantas e Verônica Dantas.
Por isso, é preciso esclarecer que:
Daniel Dantas criou, em 1994, o Opportunity – uma das primeiras empresas de gestão independente de recursos do país. Em seu portfólio estão fundos de investimentos abertos (de liquidez diária) e fundos de private equity (fechados e de longo prazo). (*)
O Opportunity liderou consórcios que participaram do leilão de privatização da Telebrás em julho de 1998. Os consórcios liderados pelo Opportunity, capitalizados, adquiriram as empresas Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular. O Opportuntiy foi acusado de ter sido beneficiado pelo BNDES no leilão da Telebrás. O tempo e a Justiça provaram que não houve qualquer tipo de favorecimento.
Diálogos incompletos pinçados das fitas do BNDES suposta e indevidamente sugeriam que o Opportunity foi beneficiado pelos diretores do BNDES, falavam ainda sobre a concessão de uma carta de fiança do Banco do Brasil ao Opportunity. A solicitação dela ao patrocinador da Previ, aconteceu às vésperas do leilão e servia como garantia de que a fundação pagaria o combinado. Além do Banco do Brasil o Opportunity tinha cartas de fiança do Citibank, do Unibanco e do Banco Francês Brasileiro, mais que suficientes para pagar as aquisições que pretendia fazer. Ou seja, o Opportunity não precisava da carta de fiança do Banco do Brasil.
Em relação à Verônica Dantas esclarecemos que ela foi indicada pela JVN Decidir como conselheira da Decidir. Ou seja, a Verônica Dantas representava a JVN. Não era sócia da JVN. A JVN tinha uma participação pequena na Decidir e nunca foi um sócio/líder.
A Decidir foi lançada, em 1999, na Argentina e tinha como produto principal o serviço de avaliação de crédito de pessoas físicas e jurídicas. O Opportunity, por meio da empresa JVN Decidir, detinha uma participação de aproximadamente 3%. A participação da JVN Decidir atendia a um pedido do Citigroup, líder da rodada inicial de investimento.
O banco americano entendia que a JVN Decidir poderia ajudá-los a acompanhar a empresa no Brasil/Argentina. A Decidir, além da JVN Decidir, tinha como outros sócios: Latin American Investment Bank Bahamas Limited (Citicorp Venture Capital – Latin America) – 15%; SCP Partners – 12%; Latin Internet Ventures Inc. – 8%; GE Capital Equity Investments Ltd. – 7%; Investor International Cayman Limited (IRR) – 6% ; Cima Asset Management Inc. e Cima Consulting Ltd. – 5%; HSBC Tower Fund – 5%; Vas Latin America Corp. – 3%.
A participação da JVN Decidir foi vendida, em 2001, para os executivos da Decidir.com.
Atenciosamente,
Elisabel Benozatti
Assessoria de Comunicação do Opportunity
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/outros-destaques/opportunity-responde-sobre-%E2%80%9Cprivataria-tucana%E2%80%9D/
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Sobre a sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, na Wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Decidir.com,_Inc
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Atualizado em 29.03.12:
Coluna de Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo e em O Globo:
PATRULHA E CENSURA
Diga qual foi a publicação onde aconteceu isso:
Tendo publicado em seu site uma resenha favorável a um livro, ela foi denunciada pela direção de um partido político e daí resultaram os seguintes acontecimentos:
1) A resenha foi expurgada.
2) O autor do texto foi dispensado.
3) Semanas depois o editor da revista foi demitido.
Isso aconteceu na revista "História", o livro resenhado foi "A Privataria Tucana", a denúncia partiu do doutor Sérgio Guerra, presidente do PSDB, o jornalista dispensado foi Celso de Castro Barbosa e o editor demitido foi o historiador Luciano Figueiredo.
Em nove anos de poder, não há registro de que o comissariado petista com suas teorias de intervenção na imprensa tenha conseguido desempenho semelhante.
A revista é editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional, que pouco tem a ver com a administração da veneranda instituição. No episódio, sua suposta amizade ofendeu a ideia de pluralidade essencial às bibliotecas.
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Contagem do termo "privataria" no Google:
Aproximadamente 1.830.000 resultados .