Jorge Furtado

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A qualidade do debate

Parece que a democracia brasileira não para de melhorar. Num ambiente com liberdade e meios de expressão, quase todos se manifestam sobre quase tudo. Não há mais segredos, ficou difícil enganar a maioria das pessoas por muito tempo, o que é péssimo para as ditaduras e para os monopólios. Se há quem possa levar democracia à China é o Google.
 
O otimismo quanto ao poder libertário da internet tem limites. A leitura dos comentários nos sites dos grandes jornais e revistas e nos portais de informação pode abalar a fé de que um governo escolhido pela maioria é sempre uma boa idéia (1), mas a tendência, eu espero, é que o nível vá subindo, aos poucos. Alguns blogs e sites mantém a conversa boa graças ao trabalho de seus editores: ler centenas, milhares de posts e só publicar o que presta, eliminando, se não todas as maledicências, pelo menos os preconceitos mais grosseiros, as ofensas e baixarias, além das calúnias, injúrias e difamações, que são crimes. No meu blog, mesmo com um número pequeno de leitores, desisti faz tempo de publicar comentários, (2) eu não tinha a condição exigida a um editor, ler cada um dos textos que publica.
 
Um dos meus blogs preferidos de política é o de Luis Nassif, dos melhores jornalistas do país. (http://www.brasilianasorg.com.br/luisnassif) Na eleição de 2010, o blog do Nassif  foi um espaço fundamental de resistência à campanha movida pela antiga imprensa contra Lula e Dilma (e a favor de Serra, é claro). O embate da blogosfera e da antiga imprensa na eleição de Dilma é história, e já está escrita.
 
Pois já faz algum tempo que o blog do Nassif mudou a maneira de publicar os comentários. Na impossibilidade de ler os milhares de posts, a publicação passou a ser automática para os leitores cadastrados, podendo ser eliminada se houver alguma denúncia de que a nota é ofensiva ou caluniosa, recurso usado por quase todos os sites que aceitam comentários. A edição dos comentários passou a ser coletiva – é esta a idéia – e não mais de Luis Nassif e equipe. Existe, ainda que remota, a possibilidade de que ninguém além do autor leia um texto publicado. A identidade dos comentaristas não é divulgada, embora o autor possa ser identificado se for preciso, por exemplo, se cometer algum crime.
 
O resultado é que o nível do debate, me parece, despencou. Entrei um dia desses para falar sobre o Caso Battisti (3), fui grosseiramente ofendido por uma turba cujo ímpeto guerreiro é inversamente proporcional à qualidade dos argumentos - muitas maiúsculas e pontos de exclamação e fieiras de adjetivos, quase nada de informação – e cujo governismo canino anda entre o nauseante e o ridículo.
 
Voltei ao blog estes dias, quando li o título de um post: “A estratégias de escandalização do Caetano”. “O que foi agora?”, pensei. Fui ler, não era absolutamente nada, um leitor mandou um comentário maldoso de Ivan Lessa, publicado em dezembro de 2009, onde ele sugere que Caetano dá declarações polêmicas em entrevistas com o objetivo de vender discos e ingressos para os seus shows.
 
http://www.brasilianasorg.com.br/blog/luisnassif/a-estrategia-de-escandalizacao-de-caetano
 
A maledicência de Lessa é uma bobagem, Caetano faz shows todo tempo, lança discos e dvds quase todo ano, qualquer entrevista sua precede shows ou lançamentos de discos. O comentário polêmico de Caetano, no caso, seria uma crítica que fez ao Woody Allen. Lessa atribui a Caetano dois adjetivos com os quais ele teria se referido a Allen, “careta” e “reacionário”.
 
Esta singela crítica cinematográfica feita no final de 2009 virou pretexto para uma inacreditável enxurrada de ofensas ao Caetano: “chato”, “gagá”, “Quem com menos de 40 anos ouve Caetano?”, “cala boca Caetano!!!!!”,“tolo”, “mentiroso”, “bicha louca rebolante”, “burguesinho”, “frutinha”,”falastrão”, “é um velho”, “hermafrodita de sacristia”, “fez 500 músicas? Se 10 prestarem é muito”, “ “histérico e almofadinha”, “E pedófilo. É o que a revista Veja diz.”
 
Um dos comentaristas cita um texto em que Luis Fernando Veríssimo teria chamado Caetano de “chato”. Escrevi protestando, garantindo que Veríssimo não escreveu texto algum chamando Caetano de chato, pedi a fonte. Ele respondeu, deu como fonte um texto fraquinho falsamente atribuído ao Veríssimo e circulando na internet e xingou minha mãe. (4)
 
Estas ofensas contra o Caetano (e outras ao Gil e ao Chico) foram publicadas em 11.02.2011 no blog do Nassif em resposta a críticas que o compositor teria feito ao Woody Allen em 2009. A estratégia de escandalização adotada pelo blog – enquentando uma fofoca de 2009 - deu resultado: foi o post mais lido desta semana.
 
Escrevi um comentário, que foi publicado, com destaque:
 
http://www.brasilianasorg.com.br/search/node/em%20defesa%20de%20caetano
 
Recebi alguns apoios, discordâncias, críticas e agressões, não muitas. Denunciei o caráter homofóbico de um post, ele continua no ar. Segundo o critério editorial do blog – exercido pela maioria dos leitores – é válido, em resposta a uma crítica cinematográfica, chamar o autor da crítica de “bicha louca rebolante”, “pedófilo”, “mentiroso” e “velho gagá”.
 
É da qualidade do debate político que virá o aperfeiçoamento da nossa democracia. Acho que esta qualidade, por sua vez, virá do bom senso da mediação de editores, jornalistas que assinam seus jornais, revistas, sites e blogs, selecionam comentários e se responsabilizam pelo que nele é publicado. Não dá para deixar uma máquina fazer este serviço, nem esperar que um enorme coletivo de leitores tenha o bom senso exigido para – quando e se lhe der na telha - editar e publicar textos jornalísticos. A tendência é que os radicais, os mais agressivos e com mais tempo livre, acabem dominando o debate, e passem a mandar “calar a boca” quem não concorda com eles.
 
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(1) Alô elite! Preconceito é com cê!
http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/al%C3%B4-elite-preconceito-%C3%A9-com-c%C3%AA
 
(2) Sem comentários
http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado/sem-coment%C3%A1rios
 
(3) Alô meu amigo Silvio Tendler, mais um para a sua lista dos que não conhecem a história italiana e, só por isso, defendem a extradição de Battisti: Umberto Eco. http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/umberto-eco-lula-ofendeu-a-italia-no-caso-battisti
 
A fala de Umberto Eco pode ser vista, na íntrega, aqui: 
 

 
(Ele fala sobre o caso Battisti aos 6:30)
 
 
(4) Eu estava certo. O tal texto não era do Veríssimo, nem meu nem da minha mãe. A autora do texto atribuído ao Veríssimo – mais um – chama-se Deanna Troi. O nome do texto é “Nada Mudou” e pode ser lido em http://leitoresescassos.zip.net/arch2004-10-01_2004-10-31.html
 
 
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Sobre a qualidade do debate público na mídia e nas universidade, sobre as novas (e velhas) classes sociais brasileiras e os desafios da política, trechos da ótima entrevista do professor Jessé de Souza ao site do Instituto Humanitas, da Unisinos,
 
Jessé Freire de Souza é mestre em Sociologia pela UNB e doutor pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg (Alemanha). É professor na Universidade Federal de Juiz de Fora. Autor de “A Ralé Brasileira: quem é e como vive” (Rio de Janeiro: Record, 2009) e “Os batalhadores brasileiros” (Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009), entre outras obras.
 
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IHU On-Line – Como o senhor define esse estrato social brasileiro que está emergindo economicamente? Qual é o seu perfil?
 
Jessé de Souza – É sempre difícil definir um fenômeno social que está se constituindo “em ato” defronte de nossos olhos. Esse foi, inclusive, o maior desafio tanto teórico quanto empírico do livro que fizemos. No decorrer do trabalho com as entrevistas, percebemos se tratar de fenômeno distinto do que o anunciado com certo triunfalismo nos jornais. Procuramos primeiro separar este estrato da classe média estabelecida. Não se consegue fazer isso apenas com a variável renda, que é, no entanto, infelizmente, o que se faz sempre. A classe média estabelecida é uma classe dominante porque se forma pela apropriação privilegiada de capital cultural, seja técnico e especializado, seja literário e especulativo, o qual é indispensável para o funcionamento do mercado e do Estado. Ainda que não exista acesso privilegiado a volume significativo de capital econômico, como nas classes altas, o acesso a este conhecimento altamente valorizado socialmente cria toda uma “condução da vida” em todas as dimensões que permite, quase sempre, manter o privilégio para as gerações seguintes.
 
Não é isso que acontece com os “batalhadores” que analisamos. O acesso aos capitais impessoais, que são a base de todo privilégio social – tanto material quanto simbólico –, e aos capitais econômico e cultural é restrito e limitado. São pessoas que fizeram escola pública ou universidade particular (no melhor dos casos) tendo de trabalhar paralelamente muitas vezes em mais de um emprego. Muitos trabalham entre 10 e 14 horas por dia e não possuem o recurso mais típico das classes do privilégio que é o “tempo” para incorporação de conhecimento valorizado e altamente concorrido. Essas características estruturais implicam em “condução de vida” e “percepção do mundo” – as duas características mais importantes para conhecermos a especificidade do pertencimento de classe – muito distintas das classes médias estabelecidas entre nós.
 
IHU On-Line – Qual é a chance de participação política, econômica e social desse novo estrato social que emerge no país? Quais os lados positivos e negativos do surgimento desse novo estrato social?
 
Jessé de Souza – Esse estrato social é o grande responsável pelo extraordinário desenvolvimento econômico brasileiro dos últimos anos que se deu, fundamentalmente, pela perspectiva do mercado interno. Foi esse estrato que dinamizou a economia brasileira na última década e estimulou o mercado de consumo de bens duráveis antes de impossível acesso a grandes parcelas da população. Especialmente no Nordeste, a região mais dinâmica e de grande número de “batalhadores” nesta última década, foi o Bolsa Família, no testemunho de inúmeros de nossos informantes, o que ajudou a irrigar com alguma economia monetária rincões secularmente esquecidos entre nós. A nova demanda criada foi um dos elementos que permitiu surgir uma classe de pequenos empreendedores no interior do Nordeste, vários dos quais compondo a assim chamada “nova classe média". Politicamente, é difícil antecipar o comportamento ou nomear uma perspectiva particular até porque essa classe não é homogênea.
 
IHU On-Line – Como se define uma classe social? Como se deu a construção das classes sociais no Brasil contemporâneo?
 
Jessé de Souza – O mecanismo complexo que explica a existência das classes sociais é o segredo mais bem guardado de todas as sociedades modernas. É que o pertencimento de classe define, em grande medida, o acesso privilegiado a qualquer tipo de bem ou recurso escasso. Esses bens e recursos que não precisam ser materiais como um carro ou uma casa, mas também podem ser, por exemplo, o tipo de mulher ou de homem que se consegue ter ou o tipo de reconhecimento social ou prestígio que se desfruta em todas as dimensões da vida. Tudo isso é definido, com alta probabilidade pelo menos e na imensa maioria dos casos, pela herança de classe – pela presença ou ausência relativa de capital cultural e capital econômico – onde se é socializado.
 
O tema da classe desafia, portanto, a ilusão social mais forte entre nós que é a da autonomia ou a liberdade do sujeito individual que é, por sua vez, o fundamento da “meritocracia” moderna, o que Pierre Bourdieu mostrou melhor do que qualquer outro. A classe permite a construção diferencial dos indivíduos pelas heranças típicas de cada classe quebrando a ilusão do “homem universal”, como se os pressupostos para a competição social por recursos escassos fossem os mesmos para todos.
 
Na verdade, a classe social se forma pela herança afetiva e emocional, passada de pais para filhos no interior dos lares, de modo muitas vezes implícito, não consciente e inarticulado. São esses estímulos que irão construir formas específicas de agir, reagir, refletir, perceber e se comportar no mundo. E é precisamente a presença ou falta de certos estímulos, por exemplo, estímulos para a disciplina, para o autocontrole, para o pensamento prospectivo, para a concentração, que irá definir as classes vencedoras e perdedoras antes mesmo do jogo da competição social se iniciar de forma mais explícita. Existem classes sociais com dificuldades de concentração, por falta de exemplos e estímulos à leitura e a imaginação, que já chegam “derrotadas” na escola e depois, com mais razão ainda, no mercado de trabalho. Existem classes literalmente “sem futuro” porque jamais se pensa nele tamanha a urgência da sobrevivência no presente. Nas classes médias, por exemplo, ao contrário, o futuro é mais importante que o presente o que permite que se tenha futuro. Essa fabricação social de indivíduos com capacidades diferenciais por pertencimento de classe tem que ser cuidadosamente escondida. Daí que se fale apenas no seu “resultado” mais visível, a renda, de modo a que possa se “falar de classe” sem que nada se compreenda de sua dinâmica.
 
IHU On-Line – O senhor disse recentemente que a sociedade brasileira se difere das sociedades desenvolvidas (EUA) porque 1/3 dos brasileiros não tem condições de participar do mercado econômico e da política, em função da classe média e da classe alta. Por que, na sua avaliação, a culpa é da classe média e da classe alta, e não do Estado?
 
Jessé de Souza – Porque o Estado é demonizado por motivos de dominação política de valores extremamente conservadores. Como jamais se podem debater os conflitos sociais que rasgam a sociedade brasileira de fio a pavio – isso exigiria uma sociedade madura e autocrítica, o que a última eleição mostrou ser um sonho distante –, os conflitos sociais são todos “dramatizados”, desfocados e tornados irreconhecíveis pela construção da falsa oposição entre mercado divinizado e Estado demonizado (como ineficiente e corrupto). As falsas oposições estão sempre no lugar de oposições verdadeiras.
 
Entre nós se formulou e se consolidou nos últimos 80 anos uma “sociologia espontânea” do senso comum que, graças à pobreza de nossos debates acadêmicos e públicos, tem toda a chance de continuar imutável pelos próximos 80 anos. Tomou-se a autoridade científica de Max Weber e incorretamente de modo a-histórico e sem qualquer rigor conceitual, se construiu a noção de um “patrimonialismo” apenas estatal. Quem frauda o público no mercado – como é a ordem do dia no capitalismo nacional e internacional – é percebido como “gênio financeiro” e só acontece corrupção no Estado. Essa concepção é tão naturalizada hoje em dia que se imagina que todos os problemas do Brasil são decorrentes da corrupção no Estado. Isso infantiliza uma sociedade já conservadora e egoísta que jamais assumiu a responsabilidade pela exclusão social de tantos, cuja mão de obra barata é a base de todos os privilégios das classes média e alta brasileiras.
 
Nossas classes dominantes estão entre as poucas no ocidente que não precisam contratar imigrantes para os trabalhos sujos e pesados porque já possuem “em casa” um exército de desclassificados dispostos a todo tipo de trabalho pesado e degradante. Como toda a “culpa” é convenientemente atribuída ao Estado, joga-se sempre a responsabilidade num “outro” abstrato que ninguém nunca nomeia de modo claro. Os setores dominantes e privilegiados sequer precisam perder sua boa consciência e ainda se imaginam muito humanos, fraternos e calorosos como preconiza nosso mito nacional. Isso é justificação convincente o bastante para uma dominação social para os próximos 500 anos. A Índia da noção do carma permaneceu sem mudanças sociais importantes por dois mil anos. Temos boas chances de chegar lá.
 
IHU On-Line – O senhor afirma que apenas análises economicistas são insuficientes para explicar a complexidade da desigualdade. A desigualdade social não se resume a aspectos econômicos? Quais são as causas profundas da desigualdade brasileira?
 
Jessé de Souza – Essa é uma excelente questão. De fato, existe uma “cegueira” típica de qualquer sociedade capitalista complexa, que se torna ainda mais virulenta entre nós pela pobreza de nosso debate público, que é a percepção exclusiva de aspectos econômicos ou “materiais”. Na verdade, as pessoas são movidas no seu comportamento também por aspectos morais o tempo todo. Todas as ações sociais são determinadas ao mesmo tempo por estímulos morais e econômicos, mas apenas os econômicos são visíveis e de modo tal a não percebermos a justificação moral de toda atividade econômica. Só percebemos o efeito do dinheiro e das coisas materiais pelos quais lutamos todos os dias. Isso decorre do fato dos estímulos morais serem “inarticulados”, ou seja, não são quase nunca percebidos ou tematizados. Quando as justificações morais são percebidas e debatidas abre-se espaço para perceber a distância entre justificação e realidade. Então, mudanças importantes podem acontecer na vida social e conseguimos aprender coletivamente como as lutas dos trabalhadores e das mulheres nos últimos séculos demonstram.
 
Mas, na vida cotidiana, a regra é a fragmentação de todo discurso de modo a que se compre informação deslocada e fora de contexto como se fosse reflexão. Esse mecanismo de tornar as pessoas tolas é realizado, por exemplo, pela imprensa dominante todo dia quando fragmenta todas as discussões a partir do interesse na reprodução dos privilégios e seleciona o que deve ser conhecido ou não. Não se percebe, por exemplo, que todos somos responsáveis pela exclusão social de tantos, mantida, pelas classes do privilégio, pelos piores motivos instrumentais como poupar o recurso mais escasso, o tempo, para investir em educação ou trabalhos bem pagos enquanto outros fazem o trabalho pesado e não reconhecido. Isso não tem nada a ver com a corrupção real ou fantasiosa em Brasília, mas a “fábrica de escândalos” manipula o infantilismo e o narcisismo do público tornando irreconhecível qualquer causa profunda dos conflitos sociais mais cotidianos. Também jamais se questionou a ajuda a banqueiros com dinheiro público, como nos anos 1990 entre nós, ou os empréstimos subsidiados pagos com dinheiros dos trabalhadores para grandes industriais pelo BNDS. Mas se o Estado investe 0,5 do PIB, investimento irrisório e amplamente insuficiente, com os mais pobres, acontece uma gritaria geral como vimos nas eleições. Para mim, é fundamental uma esfera pública mais crítica e plural como mecanismo de conscientização social. É muito difícil um Estado progressista em meio a uma sociedade tão conservadora. 
 
A entrevista completa do Prof. Jessé de Souza pode ser lida aqui:
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=40127
 
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Atualizado em 15.02.11:
 
Mesmo com eventuais excessos, o blog do Nassif continua sendo o melhor fórum de discussão política na rede. O debate sobre o texto do prof. Jessé de Souza - que eu só vi depois de ler a entrevista no IHU On-line - foi muito bom.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-classe-social-dos-batalhadores