Interessante a argumentação de Sérgio Malbergier em sua coluna da Folha.com de hoje. Segundo ele, é a estabilidade econômica o maior eleitor de Dilma e não o apoio do presidente ou, como diz sua manchete, a "névoa do lulismo". 
 
Acho que ele até tem razão. Mas não acho que Dilma seria eleita, como penso que será, se esta estabilidade não estivesse acompanhada de altos índices de emprego e políticas de distribuição de renda, se o governo Lula tivesse promovido, como fez o governo de FHC e Serra, uma estabilidade com desemprego, baixíssimos salários e cristalização de desiguldades sociais.
 
Malbergier afirma que "a estonteante aprovação de Lula se deve primordialmente à manutenção da estabilidade econômica. Foi isso, inclusive, que lhe permitiu aumentar o salário mínimo e canalizar recursos aos programas sociais". Mais uma vez, acho que ele tem razão no que diz. 
 
Só que ele não diz que a estabilidade econômica, que começou no governo de Itamar Franco, atravessou os oito anos de governo demotucano sem "permitir" aumento de salário, geração de empregos ou a canalização de recursos significativos aos programas sociais, tudo isso que só foi acontecer no governo petista. 
 
Antes da grave crise que atingiu o centro do capitalismo, quebrando grandes empresas e bancos americanos, os demotucanos alegavam que Lula teve sorte, e citavam a crise russa, que teria prejudicado o governo FHC. Depois da marolinha, perderam mais este argumento.
 
A maioria da população, se todas as pesquisas não estiverem erradas, sabe muito bem a diferença entre um governo que esforçou-se para diminuir as graves desigualdades brasileiras, e outro que podia fazer, mas não fez.
 
É isto, distribuição da riqueza, geração de empregos, crescimento com justiça social - e mais a propriedade do pré-sal - o que está em jogo nesta eleição, e não bolinhas de papel, reais ou imaginárias.
 
Sem projeto de país, demotucanos se contentam, nesta reta final da campanha, a fazer fita.
 
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A coluna de Sergio Malbergier, na Folha.com:
 
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiomalbergier/817866-sob-a-nevoa...