O HOMEM QUE COPIAVA
foto por Alex Sernambi:
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André, 20 anos, operador de fotocopiadora em uma papelaria, precisa desesperadamente de trinta e oito reais para impressionar a garota dos seus sonhos, Sílvia, que mora no prédio em frente e trabalha como balconista em uma loja de artigos femininos. Ajudado por seu amigo Cardoso, e depois também pela colega de trabalho Marinês, André faz muitos planos para conseguir dinheiro. E todos dão certo. E é aí que seus problemas começam. |
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MÚSICA ("Parece mais fácil", de Leo Henkin)
Direção: Jorge Furtado
Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi
Roteiro: Jorge Furtado
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Leo Henkin
Diretora Assistente: Ana Luiza Azevedo
Direção de Produção: Marco Baioto
Montagem: Giba Assis Brasil
Direção de Animação: Allan Sieber
Uma Produção da Casa de Cinema PoA
Elenco Principal:
Lázaro Ramos (André)
Leandra Leal (Sílvia)
Luana Piovani (Marinês)
Pedro Cardoso (Cardoso)
Carlos Cunha Filho (Antunes)
Júlio Andrade (Feitosa)
Prêmios
Críticas em jornais brasileiros
"Além do espaço alternativo em relação às demais produções nacionais, os filmes de Jorge Furtado chamam a atenção, principalmente, por revelarem ao público um outro cinema, feito para além do que se convencionou chamar de centro cultural do país. Este "outro cinema" coloca o espectador diante de uma excelente produção local, onde o Rio Grande do Sul aparece sem necessariamente estar inserido em dramas épicos. (...) O HOMEM QUE COPIAVA faz rir, faz chorar e, mais ainda, faz ter esperança no potencial do cinema brasileiro."
(DIÁRIO DO NORDESTE, Fortaleza, 21/05/2003)
"Furtado impõe reviravoltas inesperadas e corajosas na trama do filme. Insere o fator do dinheiro na trama, que irá funcionar quase como um segundo protagonista. (...) O mais empolgante é ver que ali está em exercício um cineasta com visão própria do mundo e que sabe por meio de um roteiro bem articulado, direção de atores segura e escolhas conscientes de utilização de elementos cinematográficos colocar o que quer dizer na tela."
(Carol Ferreira, FOLHA DE PERNAMBUCO, Recife, 11/06/2003)
"Este segundo longa do diretor traz elementos que já se tornaram marcas de Furtado, como a narração de documentário e as colagens, porém, com um algo mais. Um plus que não se sabe ao certo de onde vem: da harmonia do elenco, do talento de todos os atores (inclusive dos figurantes), da singeleza da história? O fato é que O HOMEM QUE COPIAVA (...) é garantia de um mix de sentimentos, durante as duas horas do filme: angústia (já na primeira cena, em que o personagem principal precisa escolher no caixa que produtos deixar no supermercado por não ter dinheiro suficiente para todas as compras), alegria, raiva, tristeza e até tensão."
(Priscila Mesquita, JORNAL DE BRASÍLIA, 11/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA, uma comédia de amor, suspense e ação como há muito não se via, é um misto quente à gaúcha, gostoso pra burro, que reinventa uma série de clichês que o cinema esgotou. (...) Um mundo parecido com os dos quadrinhos, mas bastante real. O que torna o filme uma experiência ainda mais intensa. Visceral."
(Rodrigo Fonseca, JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 12/06/2003)
"Com O HOMEM QUE COPIAVA, (...) Furtado reafirma sua criatividade e constrói um filme-tese de toda sua obra. (...) A apresentação do protagonista, o operador de fotocopiadora André (Lázaro Ramos, talvez o mais completo ator jovem em atividade), subverte quaisquer regras dos manuais de roteiro. Ao longo de 30 minutos, o público vê sua rotina, ouve sua voz numa narração entrecortada por poemas, teses, informações. Não é somente um off; é a explanação da colagem que é André, sem grana, acumulando pedaços de informações das xerox que tira e apaixonado, secretamente, por Sílvia (Leandra Leal)."
(Luciana Veras, DIÁRIO DE PERNAMBUCO, Recife, 12/06/2003)
"Jorge Furtado é um artista da corda bamba. Sabe como poucos caminhar na fronteira entre a experimentação e o entretenimento. Seu cinema pode ser visto como um jogo entre o cineasta e o espectador. Para conduzir este último ao centro de seu labirinto, Furtado o atrai com piadas rápidas, um ou outro clichê e doses generosas de didatismo. Quando o freguês percebe que não entrou num parque de diversões, mas num sofisticado mecanismo de reflexão sobre o mundo contemporâneo e a arte de narrar, já é tarde demais."
(José Geraldo Couto, FOLHA DE SÃO PAULO, 13/06/2003)
"Ciente de que novas idéias no cinema quase inexistem, o diretor fez um filme sobre a fragmentação, sobre o amálgama de caquinhos de que consiste a vida contemporânea. E faz isso não só no conteúdo, mas na forma de contar sua história: mistura comédia, drama, ação, policial, perseguição e até desenho em quadrinhos. (...) É preciso coragem para ousar fazer um prólogo de quase meia hora apresentando o protagonista de um filme. No entanto, mais do que coragem, é preciso talento para fazer com que isso capture o espectador e quase o hipnotize, levando-o a mergulhar no personagem e a compreender o mínimo gesto que ele possa fazer."
(Eros Ramos de Almeida, O GLOBO, Rio de Janeiro, 13/06/2003)
"Com bom humor, o cineasta fala de uma geração sem perspectivas, que quer apenas se arrumar na vida, ganhar um dinheiro bom, seja de que jeito for. Chama a atenção a maneira como Furtado apenas constata esse estágio ético da sociedade brasileira, sem julgamento ou qualquer sombra de moralismo. (...) Ao contrário da maior parte dos filmes recentes, O HOMEM QUE COPIAVA vai melhorando à medida em que se pensa nele."
(Luis Zanin Oricchio, O ESTADO DE SÃO PAULO, 13/06/2003)
"Furtado mantém a aposta no humor, nas narrações em off do protagonista, nos cenários gaúchos (sai a praia, entra a cidade) e nas referências a Shakespeare. Mas, em vez da estrutura linear, o cineasta põe em prática a experimentação narrativa, os exercícios de metalinguagem e o estilo de hipertexto característicos de curtas como o premiadíssimo ILHA DAS FLORES. (...) Muito do prazer de assistir a essa colagem de gêneros e citações está em juntar as peças do jogo da memória proposto por Furtado. Também é preciso que o espectador não cobre moral nem realismo - O HOMEM QUE COPIAVA é uma grande fantasia."
(Ticiano Osório, ZERO HORA, Porto Alegre, 13/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA é valorizado por um profissionalismo que se expande por todos os setores da realização, além de confirmar que seu realizador sabe como poucos em noss cinema dirigir seus atores, extraindo de cada um deles interpretações que se harmonizam com perfeição à idéia do que seja a criação de personagem no cinema. (...) Mais eloqüente do que falar de crises é expô-las através de personagens. O cinema brasileiro necessita de filmes assim."
(Hélio Nascimento, JORNAL DO COMÉRCIO, Porto Alegre, 13/06/2003)
"A busca pelo dinheiro e as possibilidades de se ter uma vida melhor em meio a uma rotina praticemnte medíocre estão entre os temas essencias do filme. (...) O HOMEM QUE COPIAVA permite muitas leituras, mas certamente é um fragmento da vida urbana de jovens empobrecidos e com poucas oportunidades na vida, entre elas, a de transgredir."
(Adriana Androvandi, CORREIO DO POVO, Porto Alegre, 13/06/2003)
"Há estranheza suficiente logo na primeira cena de O HOMEM QUE COPIAVA, mas é apenas o começo. Ali está André, personagem principal do filme, em frente a um punhado de notas de R$ 50. Sem dó, o rapaz queima os pedaços de papel. Mais tarde, a história do jovem de classe média baixa, operador de fotocopiadora em uma lojinha de POerto Alegre, pára. Entra em cena um desenho animado sarcástico. Depois, estamos de volta ao filme. Talvez não. A tela de cinema acabou de se transformar em uma página tamanho gigante de revista em quadrinhos. O tumulto de informações faz as honrazs da casa ao espectador: bem-vindo ao cinema de Jorge Furtado."
(Tiago Faria, CORREIO BRAZILIENSE, Brasília, 13/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA é (...) a história de quatro amigos envoltos em problemas amorosos, sexuais, familiares e, lógico, financeiros. São quatro representantes típicos da fauna humana tupiniquim e que tramam um plano para ganhar a vida. Nada mais condenável, porém humano. E é aí onde o filme cresce, ao pôr em xeque a nossa moral e a forma como ela é influenciada pelas nossas necessidades imediatas ou imediatistas, na maioria das vezes impulsionadas de forma inescrupulosa."
(Jailton Martins, JORNAL DO COMMERCIO, Recife, 13/06/2003)
"O segundo filme do diretor Jorge furtado é um mar de citações: Hitchcock, Shakespeare, quadrinhos e outros filmes. Isso não impede que O HOMEM QUE COPIAVA seja excelente. A trama é bem costurada e tem um grande protagonista, Lázaro Ramos, ao lado dos globais Pedro Cardoso e Luana Piovani."
(Ramiro Zwetsch, JORNAL DA TARDE, São Paulo, 13/06/2003)
"Num tempo em que os filmes se parecem demais uns com os outros e são quase sempre previsíveis, O HOMEM QUE COPIAVA merece ser aplaudido de pé. A originalidade da trama e a narrativa repleta de reviravoltas não são apenas dois atributos da produção, mas características presentes na obra deste diretora gaúcho que revolucionou o cinema de cuirta-metragem com o genial ILHA DAS FLORES há 14 anos. O espectador pode se preparar para ver um filme incomum."
(Marcos Pinho, DIÁRIO DE SÃO PAULO, 13/06/2003)
"O filme consegue ser engraçado enquanto exibe os dramas de seus personagens. Cambaleando, sem nunca cair, na linha tênue entre o que pode ser bem sucedido nessa mistura de gêneros e o que poderia ser de mau gosto. Para completar, as lembranças da infância de André ganham vida com desenhos animados."
(Débora Miranda, AGORA SP, São Paulo, 13/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA é um 'sonho de roteirista', porque mistura presente e passado em linguagens múltiplas: ficção, documentário e animação. (...) Aliás, este é o grande trunfo do pessoal da Casa de Cinema de Porto Alegre: enquanto a maioria dos cineastas brasileiros acredita ainda piamente que 'uma imagem vale mais do que mil palavras', Jorge Furtado e seus parceiros parecem ter entendido que é no roteiro que se apóiam os grandes filmes."
(Paulo Polzonoff Jr., JORNAL DO ESTADO, Curitiba, 13/06/2003)
"O grande trunfo da produção está no reconhecido talento de Furtado como roteirista. O cineasta gaúcho sabe como contar uma história, prender a atenção do espectador - caso raro no cinema brasileiro atual, que carece de bons escritores. (...) Furtado prova que é possível fazer um produto de qualidade e ao mesmo simples - como o próprio diretor gosta de ressaltar: é preciso apresentar ao espectador não o que ele quer ver, mas o que ele não sabe que quer ver."
(Rudney Flores, GAZETA DO POVO, Curitiba, 13/06/2003)
"O intimismo é apenas um dos segmentos da forma do filme, que não se inibe ao inspirar-se ou citar uma fauna variada de artistas, de Shakespeare a Xavier de Maistre, de Andy Wahrol a Alain Resnais. Essas inspirações não se extrovertem de maneira esnobe, como em certa tradição de 'filme de autor' que não dispensa as passarelas dos festivais internacionais. Roteirista acima de tudo, Furtado sabe reciclar suas paixões literárias e audiovisuais em linguagem cinematográfica. (...) Obra de ourivesaria aperfeiçoada ao longo de uns cinco anos, o roteiro elabora obstáculo a obstáculo, conflito a conflito - sempre com muito humor."
(Ely Azeredo, JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 15/06/2003)
"Outra opção da arte de Furtado: Porto Alegre. Pelo filme, de repente fica claro que é possível contar infinitas histórias dentro da mesma cidade. Os atores de fora do Estado, como Luana Piovani ou Pedro Cardoso, falam o nosso tu. É uma certa militância lingüística que coloca o nosso falar como possível."
(Ricardo Silvestrin, ZERO HORA, Porto Alegre, 21/06/2003)
"Definitivamente, e isto é só uma constatação, Jorge Furtado nunca fará um grande filme. Não por falta de talento. Simplesmente porque Furtado não gosta de cinema. (...) Furtado gosta mesmo é de sitcom, essas comédias de situação tipo 'Os Normais' e 'Comédias da Vida Privada'. Ele mesmo já disse que poucos filmes brasileiros, resultado de meses de trabalho, são tão bons quanto certos episódios, feitos em pouco mais de um dia, de 'Os Normais'. Não deixa de ser verdade, dado que o cinema brasileiro é medíocre. Só que as tais comédias de situação, típicas da linguagem rasante da televisão, com verniz sofisticado, não têm profundidade dramática nem consistência psicológica."
(Juremir Machado da Silva, CORREIO DO POVO, Porto Alegre, 22/06/2003)
"Poucos filmes brasileiros, creio eu, terão dado ao dinheiro - ao tutu, à grana, na sua materialidade bem comezinha, na sua falta bem caracterizada - a função de ser quase personagem da história, como acontece em O HOMEM QUE COPIAVA. Bem que o filme também poderia ser chamado "O Homem que Calculava", como no livro de Malba Tahan: o protagonista vive com o dinheiro contado e passa boa parte do tempo (como qualquer cineasta brasileiro, aliás) administrando seu mínimo orçamento."
(Marcelo Coelho, FOLHA DE SÃO PAULO, 25/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA é um sinal de modernidade, sem perder a capacidade de entusiasmar platéias, que renova o cinema nacional. O argumento é uma obra-prima. (...) Tudo indica que, a partir de "O homem que copiava", o espectador de cinema menos familiarizado com o linguajar do Rio Grande do Sul vai ter que fazer um cursinho intensivo para não estranhar quando, na tela, os personagens falarem em pilas (=reais), chambre (=roupão) ou lancheria (=lanchonete). Os gaúchos vieram para ficar."
(Artur Xexéo, O GLOBO, Rio de Janeiro, 26/06/2003)
"A narração é segura, do ponto de vista técnico o filme é excelente, as inserções metanarrativas feitas com desenhos e animações são inteligentes. Mas há algo que não funciona ali. O que é? Eu resumiria da seguinte maneira: o filme não sabe direito em que pauta dramatúrgica atua. Ele não consegue se desenvolver integralmente na pauta realista, mas também não pula consistentemente para a pauta alegórica."
(Luis Augusto Fischer, ABC DOMINGO, Novo Hamburgo/RS, 29/06/2003)
"Por duas horas, um negro protagoniza a história sem ser bandido. Não há um fotograma de espaço a reparos de "inverossimilhança" e afins. Furtado garantiu ter escolhido o ator para viver André exclusivamente pela qualidade. A admirável capacidade do baiano de virar gaúcho sem patinar na caricatura referenda o acerto - e, com a escolha baseada na qualidade, o destino e o roteiro se juntaram para dar uma lição ao Brasil."
(Aydano André Motta, O GLOBO, Rio de Janeiro, 14/07/2003)
"Quem conhece Furtado sabe que ele procura os paradoxos da realidade para mostrá-las de forma simples. É a máxima do seu cinema, uma mistura de profissão de fé e prazer estético: Mostrar o caos, adentrar dele e tirar a essência. (...) Jorge Furtado não acredita na arte como uma coisa moralizadora. Talvez a única lição de moral no filme, de fato pertinente para todos nós - cidadãos da província ou não - seja a següinte: tente juntar os pedaços para olhar o todo e, principalmente, preste menos atenção na Galinha."
(José Eduardo Belmonte, CORREIO BRAZILIENSE, Brasília, 02/08/2003)
"Desde a primeira seqüência Furtado escancara seu tema: o antagonismo entre a exclusão e a vontade de consumo. Todos os personagens de O Homem que Copiava oscilam entre esses opostos. Cardoso, Marinês, Sílvia e André são trabalhadores que ganham um pouco mais de dois salários mínimos - o necessário para pagar as contas, insuficiente para seus desejos consumistas."
(Pablo Gonçalo, CORREIO BRAZILIENSE, Brasília, 02/08/2003)
A sorte está lançada. 'Carandiru', de Hector Babenco, é o nosso candidato a candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro. (...) O HOMEM QUE COPIAVA, de Jorge Furtado, um pequeno filme sensacional, seria uma escolha muito mais acertada. Original, criativo, arejado, surpreendente, foi, verdadeiramente, até agora, o filme brasileiro do ano."
(Artur Xexéo, O GLOBO, Rio de Janeiro, 21/09/2003)
Críticas em jornais estrangeiros
"Humor inteligente a la brasileña. Es la propuesta de la comedia EL HOMBRE QUE COPIABA, protagonizada por un empleado de un establecimiento de fotocopiadoras que sueña con conquistar a su vecina. Segundo largo de Jorge Furtado."
(M.G.G., DIARIO VASCO, San Sebastián, Espanha, 18/09/2003)
"Diferentes no ângulo de abordagem das personagens e na pintura de câmara (originalíssima, a opção de Jorge Furtado de transformar pontualmente a tela numa banda desenhada cubista, em paralelo com as tirinhas de quadradinhos que o protagonista desenha), os dois filmes [O HOMEM QUE COPIAVA e "Lisbela e o prisioneiro"] acabam por convergir na felicidade final - uma felicidade estranhíssima para quem chega deste país da inteligência da infelicidade que é Portugal."
(Inês Pedrosa, EXPRESSO, Porto, Portugal, 20/09/2003)
"EL HOMBRE QUE COPIABA ofrece una historia originalísima que se reinventa en cada uno de sus desarmantes zarpazos de talento y frescura implagiables en esta farsa rebosante de humor vitriólico y finalmente negro, sobre un grupo de eternos perdedores que, no obstante, relizan una lucha contínua para rebelarse contra su mal fario. A poco que algún distribuidor avezado de nuestra industria haya tomado nota de la cómplice reacción en el pase de prensa de esta chispeante obra de Furtado, podemos encontrarnos ante un nuevo suceso del cine latinoamericano, del calibre del que hace un par de años supuso El hijo de la novia."
(José Luis Losa, EL CORREO GALLEGO, Santiago, Espanha, 21/09/2003)
"En el Festival de Cine de San Sebastián (...) se exhibió EL HOMBRE QUE COPIABA, del brasileño Jorge Furtado, en la que hay buenas gentes que sueñan con pequeñas, para ellos enormes, ambiciones. Y uno sonríe porque la pizca de locura y los sueños convertidos en realidad le complace."
(Carlos Pumares, LA RAZÓN, Madri, Espanha, 21/09/2003)
"A lowbudget comedy, (THE MAN WHO COPIED) is possibly the Brazilian film of the current crop which stands (after Carandiru) most chance of getting an international release. Lázaro Ramos, Brazil's hottest new actor, plays the operator of a photocopy machine who ends up involved in a bank heist. It is clever, light-hearted and touching, even if towards the end it becomes a little too screwball for its own good. The characters in the movie, set in the southern city of Porto Alegre, dream of flying to Rio. It's somewhat heartening to learn that its not just Fred, Ginger and Ronnie Biggs who flew to Rio - but that the city is cinematic shorthand even in Brazil itself for freedom, exoticism and glamour."
(Alex Bellos, THE GUARDIAN, Londres, Inglaterra, 13/10/2003)
"La primera parte de EL HOMBRE QUE COPIABA deja apreciar una trama intimista que gradualmente, sin contar "grandes cosas", se gana el interés del espectador. Luego, aquel tono reposado acerca de los sueños y esperanzas de un pobre hombre que parece condenado a una vida sin sabores, salta al thriller tejido con argucia, pero con alguna que otra reverencia a la contentura taquillera, es decir, un happy end que no tenía que serlo tanto. Con todo, la película es una gran gozada."
(Rolando Pérez Betancourt, GRANMA, Havana, Cuba, 10/12/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA, sem dispensar a crítica social, é justamente o oposto de um país sempre em busca da piedade alheia, que parece nunca ter mais para mostrar do que a sua própria miséria. É, ao mesmo tempo, uma história de amor, uma comédia contagiante, e um hino ao 'mais vale lutar do que desistir'. Um filme notável, autêntico e inteligente, que não defrauda as expectativas criadas pela estreia do realizador em HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES."
(Helena Teixeira da Silva, JORNAL DE NOTÍCIAS, Porto, Portugal, 15/12/2003)
"Furtado, em sua história , faz uma colagem de elementos de quadrinhos, imagens de arquivo ou fotografias em preto-e-branco. (...) numa mistura de policial, comédia romântica e novela de tevê, enquanto há citações passageiras da história da arte e do cinema. Assim, após duas horas de diversão garantida, deixa-se essa montanha russa com uma sensação agradável de vertigem."
(Geri Krebs, NEUE ZÜRCHER ZEITUNG, Zurich, Suíça, 09/07/2004)
"El ingenio de las palabras, el juego de las imágenes, y la simpatía de los personajes que van apareciendo, nos permiten entrar en el universo que Furtado propone sin mayores dificultades. Pero ahí está la trampa. De pronto, ese universo aparentemente tan original (el mundo visto por un perdedor) va transformándose para dejar en claro que, a partir de cierto momento, estamos frente a una cinta de género."
(Alberto Servat, EL COMERCIO, Lima, Peru, 07/08/2004)
"One impressive Latin American selection was Jorge Furtado's O HOMEM QUE COPIAVA" (The Man Who Copied), which earlier this year won Cinequest's Maverick Spirit award. It was the stylish, well-crafted story of a young guy in Southern Brazil who earns a living making photocopies but needs more cash to impress the cute young shopgirl he spies on. He develops several schemes (only a few legal) to get more cash but things take an unexpected turn when he finds himself with too much money."
(Wendy Mitchell, INDIEWIRE, EUA, 10/09/2004)
"You might think of Furtado's scrambled chronology as an extension of this montage technique. The movie starts, very cannily, at what appears to be the end of the story, with the burning of André's counterfeit bills. The true narrative place of this incident is one aspect of the film I did not anticipate. Nor did I foresee that Furtado might sustain some of his shots rather than chop them up, and so create a scene as beautiful as that of André's stroll with Sílvia beside the harbor, where a long-delayed confession of yearning takes place beneath the glow of a silver-gray sky, beside unquiet green waters."
(Stuart Klawans, THE NATION, EUA, 15/04/2005)
"Writer-director Jorge Furtado's quirky fable follows mild-mannered minimum-wage slave André (Ramos) along a highly eccentric route that leads him out of a vague fantasy world and into an unpredictable reality."
(Maitland McDonagh, TIMEOUT, New York, EUA, 21/04/2005)
"The expertise of Furtado's storytelling is matched by excellent performances. As he showed in 'Madama Satã', Ramos is a remarkable and incredibly resourceful actor. His work here-his excellent voice-over combined with his superb body language and facial expressions-confirm he is a talent of the first order. His male co-star Cardoso is also especially good, and both Leal and Piovani as their respective love interests project soul and spirit that, like the film, are totally captivating."
(Gary M. Kramer, GAY CITY NEWS, New York, EUA, 21/04/2005)
"Until it makes a screeching hairpin turn from social realism into noirish fantasy, Jorge Furtado's film THE MAN WHO COPIED appears to be a sober kitchen-sink portrait of working-class life in the southern Brazilian city of Porto Alegre. As its 20-year-old narrator, André (Lázaro Ramos), who lives with his mother, describes his daily routine as a photocopier, you realize sadly that he is one of millions of bright, frustrated young Latin Americans looking at a dead-end future."
(Stephen Holden, NEW YORK TIMES, EUA, 22/04/2005)
"A photocopy clerk flls in love with a woman he spies on across the street, and his desire to impress her leads to risky business that eventually turns criminal. Furtado's comic thriller is a telling commentary on modern avarice in Brazil and elsewhere, which touches on everything from 'The Simpsons' to 'Rear Window' along the way."
(Sterritt Star, THE CHRISTIAN SCIENCE MONITOR, EUA, 22/04/2005)
"Jorge Furtado's award-winning THE MAN WHO COPIED is a filmmaking tour de force. Though not as explicitly arty as "City of God" or "Nine Queens," two recent acclaimed South American exports, this Brazilian romance often is just as masterful. (...) The content of "The Man Who Copied" may not be as impressive as Furtado's mastery of technique, but don't let it stop you from admiring the work of this born filmmaker."
(James Verniere, BOSTON HERALD, EUA, 24/06/2005)
"The Brazilian movie renaissance continues with THE MAN WHO COPIED, a comedy about the conundrums of being young that's as fresh and as stylish as youth itself. (...) The movie suggests a world where anything can happen and no one - certainly not the girl of one's dreams - is quite who he or she seems to be. For all his cinematic photocopying, Furtado has come up with an original."
(Ty Burr, THE BOSTON GLOBE, EUA, 24/06/2005)
"THE MAN WHO COPIED gets from Point A to Point B via Points Q, X and Z. The story could not be simpler - boy sees girl, boy schemes to get girl, boy and girl are happy forever (or at least until the end of the movie). But the Brazilian romantic comedy careens down such an elaborately entertaining route that I hesitate to call it a romantic comedy. It's funny all the way, but romance doesn't enter the picture until the picture is almost over. (...) Much of the humor in THE MAN WHO COPIED comes from the contrast between the simplicity of the story and the crazy way it plays out, a contrast that calls to mind a more twisted 'Amelie'."
(Chris Hewitt, PIONEER PRESS, St Paul, EUA, 01/07/2005)
"THE MAN WHO COPIED boasts fine performances from the four leads, particularly Mr. Ramos and Ms. Piovani, who's hilarious as Marinês. Her monologue in a nightclub will make you laugh out loud. Also, Mr. Furtado uses the cool animation of André's colorful cartoons permeating the screen to further the increasingly complex story."
(Mario Tarradell, THE DALLAS MORNING NEWS, EUA, 08/07/2005)
Críticas em revistas
"Jorge Furtado mostra toda a sua experiência como diretor e roteirista nesta trama aparentemente simples que esconde reviravoltas mirabolantes e humor na medida certa. (...) As presenças de Pedro Cardoso e uma Luana Piovani mais gostosa do que nunca no elenco adicionam a pitada de risadas e sensualidade que faltava para fechar com chave de ouro, mais uma prova de que o cinema nacional pode ser brilhante."
(Roberto Larroude, SET, junho/2003)
"O cineasta estabelece um ritmo ágil e adota cortes rápidos para fazer quase todos os momentos soarem decisivos. Filma a vida como se a cada instante uma revolução pudesse ocorrer a partir da maior banalidade. Esse jeito quase frenético de narrar revela fina sintonia com o material dramático. (...) As opções estéticas são híbridas. Abarcam animação, humor enciclopédico, quadrinhos e poesia. (...) O cinema e outras expressões narrativas são ali encarados como um meio de colocar uma ordem na confusão das aparências através da manipulação dessas mesmas aparências. O filme tanto trata disso como põe em prática essa questão. O HOMEM QUE COPIAVA é obra em que o conteúdo é a forma. Talvez o grande momento do cinema brasileiro deste século."
(Cléber Eduardo, ÉPOCA, Rio de Janeiro, 09/06/2003)
"Autor de curtas premiados, o gaúcho Jorge Furtado tem deixado várias marcas no audiovisual brasileiro. (...) No registro da comédia e do romance, o frescor dos personagens e das situações é naturalmente encantador. Mas, quando flerta com o policial e o drama, o filme escorrega em suas próprias referências e perde a leveza que tão bem lhe caía."
(Ana Paula Sousa, CARTA CAPITAL, São Paulo, 11/06/2003)
"O diretor tem a seu favor uma felicíssima escolha de elenco, a começar por Ramos e Leandra, ambos excelentes. Mas o fator essencial na qualidade do filme não é outro que não o próprio Furtado. (...) Ele faz parte de uma corrente que já não sem tempo se consolida no país, a dos cineastas que conhecem a importância absolutamente central do roteiro. Furtado trabalhou em O Homem que Copiava durante cerca de cinco anos. No primeiro deles, diz, não fez mais do que escrever a narração que guia o filme, inspirada na de clássicos modernos como O Apanhador no Campo de Centeio, Complexo de Portnoy e Matadouro 5. O diretor não tem nenhum pudor em desfiar essas e dezenas de outras referências deliberadamente incluídas na história. Nem deveria. Ele parte de uma colagem, mas chega a um original: um filme que não se parece em nada com nenhum outro."
(Isabela Boscov, VEJA, São Paulo, 11/06/2003)
"Tudo no filme tem uma cópia, uma imagem refletida, um duplo. Exatamente como quando entramos no cinema e nos identificamos com uma situação em desenvolvimento na tela, ou com um personagem qualquer. Mas nem todos esses duplos estão à disposição do espectador, como seria comum num filme de amplo consumo e ingestão fácil. Muitas vezes estão na sombra ou disfarçados, aguardando que um olhar mais aguçado os capte. Para todos os paladares."
(Alessandro Giannini, ISTO É GENTE, 16/06/2003)
"Furtado parece estar mais centrado no indivíduo do que em considerações generalizantes. O seu protagonista se interessa por leitura, por exemplo, o que certamente não é "típico" de sua classe - e nem de classe alguma, num mundo que se apegou à linguagem visual como referência."
(Michel Laub, BRAVO, São Paulo, julho/2003)
"A máquina de xerox funciona como uma metáfora dessa sociedade em que o original e a fonte se perderam, restando apenas simulacros. Enquanto copia, André retém pedaços do que vê. São esses pedaços que, juntos, dão sentido a sua vida. A estrutura do filme também obedece à lógica da junção de peças, da reunião de fragmentos. (...) A questão do universal e do particular aparece até no modo original como o filme mostra Porto Alegre. Nossa identidade geográfica e cultural afirma que não há nada comum. Tudo depende do modo de olhar, de escolhas e de pontos de vista."
(Fatimarlei Lunardelli, APLAUSO, Porto Alegre, agosto/2003)
Críticas na Internet
"Interpretado por Lázaro Ramos com grande competência e sensibilidade, André é um jovem tímido, inseguro e desajeitado. (...) A narração do protagonista é, aliás, um dos pontos fortes de O Homem Que Copiava, já que o pensamento do rapaz parece fluir de maneira furiosa, saltando de um assunto a outro sem jamais permitir que percamos o interesse pelo que está sendo dito. (...) O diretor [Jorge Furtado] volta a comprovar seu imenso talento em O HOMEM QUE COPIAVA, um filme divertido, ambicioso e inteligente."
(Pablo Villaça, CINEMA EM CENA, 27/05/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA (...) é uma história sobre uma geração sem um rumo definido, sobre a falta de horizontes e também uma fábula (a)moral, na qual Furtado constata uma falência ética da sociedade, sem apelos politicamente corretos nem padrões de julgamento. Como quem não quer fazer isso, bota o dedo numa ferida cada vez mais exposta no cotidiano de cada um de nós."
(Carlos Augusto Brandão, CENA FINAL, junho/2003)
"Não é só o dinheiro que se reproduz de modo falso e passa de mão em mão: a vida se encena minuto a minuto, e não se pode falar em realidade absoluta. A imitação da vida é a vida em si mesma. E, assim sendo, por que não terminar com a afirmação feliz de tudo isso, com sorrisos sob um enorme abraço Redentor? Ao que o filme indica, Furtado não titubeou em fazê-lo - com prazer, já que O HOMEM QUE COPIAVA definitivamente passa essa boa impressão de que é um filme feito com muito gosto pelo ofício."
(Luiz Carlos Oliveira Jr., CONTRACAMPO, junho/2003)
"Já se questiona o caminho acima da moral que o enredo, a certa altura, percorre. Mas esse é outro ponto a favor de Furtado, e não contra. (...) A vasta cultura de cinema norte-americana já impregnou no raciocínio cinematográfico do grande público a máxima de a lei e a ordem sempre flutuarem sobre as possibilidades da realidade. Mas a vida é amoral. E, por vezes, esquecemos que o juiz da moralidade, ou imoralidade, somos nós, e não a realidade. Por esse motivo, a sorte dos personagens de Furtado sempre causará uma estranheza. Mas, quem disse que questionar tudo isso faz mal?"
(Luiz Joaquim, CINEMASCÓPIO, junho/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA é um filme extraordinário. É uma comédia sobre pessoas simples, cidadãos comuns que desejam coisas prosaicas e não querem virar bandido para realizar seus sonhos. O filme é uma comédia romântica onde o galã é negro (o excelente Lázaro Ramos), coisa rara em nosso país mestiço. A mocinha é branca e rechonchuda, Leandra Leal, com um maravilhoso olhar de leoazinha contida. A gostosona é honesta até não poder mais na pele de uma Luana Piovani deslumbrante. O espertalhão é bom caráter, porém nem tanto. Vivido - nada mais, nada menos - por Pedro Cardoso, hilário como sempre."
(Sonia Rodrigues, AUTORIA, junho/2003)
"Repare nos detalhes que o diretor colocou durante todo o filme, quase tudo no filme aparece pelo menos duas vezes, o Cristo Redentor é mostrado mesmo que subliminarmente, 6 vezes, Van Gogh duas e assim por diante. Os diálogos são saborosíssimos e inteligentes. (...) Originalidade! Esta é a primeira coisa que nos vem à cabeça quando acabamos de assistir O HOMEM QUE COPIAVA."
(Andrea Don, CINEPOP, junho/2003)
"O Homem que Copiava é simples, fácil de ser assistido e digerido, mas está longe de ser óbvio e simplista. Mesmo fazendo uso do humor e narrando situações pouco críveis, aborda temas sérios e atuais como a falta de perspectivas dos jovens, a busca incessante por dinheiro, o trabalho alienado e o fracasso do mito da mobilidade social. Tudo isso sem ser panfletário, sem desfilar ideologias, sem deixar de ser uma excelente diversão."
(Roberto Guerra, CINECLICK, junho/2003)
"Com estes personagens suburbanos e trabalhadores, Furtado cria um panorama do universo jovem no Brasil - menos adolescente do que seu longa de estréia, o deliciosamente romântico HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES. (...) A originalidade visceral de O HOMEM QUE COPIAVA tem como seu ponto forte justamente não se parecer com filme nenhum, em sua mistura de gêneros e oscilação de tons, inclusive os mais sombrios, especialmente na história familiar de Sílvia."
(Neusa Barbosa, CINEWEB, junho/2003)
"La vida de André está en las grandes pantallas de Brasil. EL HOMBRE QUE COPIABA (...) es la historia sencilla de un chico que trabaja en una fotocopiadora y que conoce el mundo de los fragmentos que lee mientras hace las fotocopias. Junto con él, otros 3 personajes hacen de la película el mejor retrato de una generación sin perspectivas y que tienen la vida hecha de superficialidad."
(Marialda Beghetto, CINE APERTURA, Chile, junho/2003)
"Tudo se encaixa no roteiro. André vê a vida por partes, nunca de forma inteira. Observa as partes do dia-a-dia da menina, pelas frestas de sua casa. Aprende com as partes do que lê na rapidez das fotocópias: curiosidades, trechos de obras, notícias de jornais. Essa boa idéia é essencial para a construção do personagem, esse cara fragmentado que precisa fazer alguma coisa para se sentir completo. (...) O mais interessante é que os personagens caminham na fronteira entre o "certo" e o "errado", atravessando muitas vezes para o lado do "mal". (...) Os personagens infratores ganham a nossa simpatia desde os primeiros quinze minutos, e a torcida para eles é grande, não interessando o lado para o qual eles jogam."
(Paulo Ricardo Kralik Angelini, ARGUMENTO, 09/06/2003)
"Se sua personagem vive a copiar documentos na máquina fotocopiadora e vê o mundo assim, fragmentariamente, um pedaço de livro aqui, um pedaço de outro livro acolá, informações culturais dispersas, O HOMEM QUE COPIAVA mostra um diretor que não copia ninguém; sua narrativa não é dispersiva e tem alma própria. (...) Como o inglês Alfred Hitchcock em Janela indiscreta - uma das alusões da fita de Furtado -, O HOMEM QUE COPIAVA inova na linguagem cinematográfica com uma experimentação quase imperceptível, propondo combinações pessoais com os planos de sempre."
(Eron Duarte Fagundes, DVD MAGAZINE, 11/06/2003)
"A trama ganha proporções rocambolescas, mas sempre interessantes, mergulhando numa fantasia não muito realista, coerente com o universo do personagem central. Curioso é o estranho tom transgressivo do filme, onde o protagonista falsifica dinheiro, envolve-se com marginais e faz coisas até piores (vá e veja...) sem nenhuma punição moralista, com direito até a um final feliz. (...) O filme se propõe mesmo a divertir. E o faz de maneira original e nada previsível."
(Fernando Vasconcelos, VITROLAZ, 12/06/2003)
"O HOMEM QUE COPIAVA será lembrado como um dos melhores filmes nacionais deste ano. O longa (...) traz uma históra completamente diferente de tudo o que já foi visto no cinema nacional, tendo como fio condutor algo que é desejado por 100% dos habitantes de nosso país subdesenvolvido: o dinheiro."
(Rodrigo Justo Duarte, BONDE, Curitiba, 13/06/2003)
"Apesar da colagem de gêneros e a existência de uma linguagem de cinema mais apurada, O HOMEM QUE COPIAVA não é um trabalho de difícil compreensão para o grande público. (...) A força do filme está no roteiro bem amarrado de Furtado, que prova que é possível fazer um produto de qualidade e, ao mesmo tempo, simples."
(Rudney Flores, CURITIBA INTERATIVA, 13/06/2003)
"André empunha uma arma porque precisa ter acesso às cópias que contam: dinheiro - reprodução de um valor em papel pintado - amor - a namorada inocente é quem o usa para sair da miséria - e futuro - montanha sob o céu azul debruçada sobre o mar. Não lhe interessa a essência, que para ele não passa de pesadelo. O que quer é aquilo que escondem, a explicação do soneto, a mulher que não consegue alcançar, o dinheiro que não pousa em seu bolso. Ele atravessa o espelho e vai viver na miragem. Fica o espectador, devolvido de uma vida fictícia, o cinema, para uma vida real, parecida com aquela da qual André conseguiu fugir."
(Nei Duclós, sítio pessoal do poeta e jornalista, 17/06/2003)
"É difícil fazer a gente acreditar que um negro, não especialmente bonito (Lázaro é excelente ator e convence totalmente, mas não chega a ser propriamente um galã por quem as meninas suspirem), não vai sofrer pelo racismo. Não haver menção de preconceito racial ou ao menos estranheza, ainda mais numa região conhecida por isso (o filme se passa em Porto Alegre), é fugir de um tema significativo."
(Rubens Ewald Filho, E-PIPOCA, 19/06/2003)
"O excesso de citações e de formatos cinematográficos não desvia o foco das três maiores qualidades presentes em toda a obra de Furtado: a engenhosidade do roteiro, a humanização dos personagens e o discurso ético. (...) Os personagens André, Sílvia, Marinês e Cardoso são muito parecidos com gente como a gente, e a estrutura do roteiro, que os coloca como anti-heróis, favorece essa rica dimensionalidade. Como Furtado também faz questão de não julgá-los, cabe ao espectador fazer sua própria leitura ética de cada um deles."
(Marcelo Janot, CRÍTICOS, 23/06/2003)
"E eis que surge Jorge Furtado, versão longa-metragem, no cenário cinematográfico brasileiro. (...) Seu cinema, ancora-se nas novas linguagens, no roteiro afiado e nos pequenos detalhes de suas composições visuais e narrativas. Como grandes quadros, os filmes de Furtado existem para alegrar tristes momentos; para mostrar que o cinema é o lugar certo para experimentações e o meio certo para se misturar os diversos meios."
(Thiago P. Ribeiro, CINEMANDO, 27/06/2003)
"No centro desse ambiente, muitas vezes mostrado pelo próprio cinema, paira um indivíduo sem senso algum de coletividade. No caso de André, à beira da dislexia. Ele é incapaz de formular algum conhecimento sistematizado. Faz colagens, mas no fundo desse espoucar de associações fugazes jaz um imenso vazio ontológico. O título do filme - aliás, um achado! - já alude a essa tendência à cópia, à abdicação (ou mesmo impossibilidade) da 'autoria'."
(Marcelo Moutinho, PENTIMENTO, 30/6/2003)
"O roteiro propõe reflexão sobre o meio social, comportamental e político, além de desfilar inúmeras referências literárias e cinematográficas, como 'Janela Indiscreta'. Tudo sem perder a linha e sem cair para o panfletarismo. Referências e alusões muito sutis. Coisas que somente um cineasta talentoso e experiente é capaz de fazer. Furtado sabe trabalhar muito bem atores, direção e roteiro, sem contar as tramas extremamente bem concebidas e elaboradas com inteligência por ele e sua trupe da Casa De Cinema de Porto Alegre."
(Marcelo Damaso, ZETA FILMES, 11/07/2003)
"A vida fragmentada em flashes rápidos do André serve de metáfora ao filme. Tudo ali é pedaço de alguma outra coisa. O próprio formato da obra é uma colagem, mistura de gente com animação, a cargo do igualmente gênio despretensioso Allan Sieber. E sabe o quê? No fim, dessa salada sai uma coisa completamente diferente de tudo."
(Marcelo Hessel, SPECULUM, julho/2003)
"A ótica principal do filme é verbal: a narração em off de Lázaro Ramos. Sua voz quase onipresente, que para muitos redunda com as imagens, é a verbalização de um fluxo mental. Mas o filme não adota, visualmente, o ponto de vista subjetivo. A maioria dos planos é sobre a visão de Lázaro, não a visão de Lázaro, daí a repetição da descrição verbal-visual. Seria uma forma de colocar em convivência e tensão uma imagem objetiva e um olhar subjetivo. O olhar de Furtado, portanto, é o mesmo de Deus. Nesse papel, ele observa. Assiste ao teatro dos homens, com seus acidentes e imprevistos, sem julgar suas atitudes no palco."
(Cléber Eduardo, CONTRACAMPO, julho/2003)
"Com O HOMEM QUE COPIAVA , Jorge Furtado traz à tona uma discussão bastante próxima. Cabe perguntar: o trabalho de apropriação de André – que, como operador de uma fotocopiadora, vai absorvendo os retalhos de informações que lê no material que passa por suas mãos – é absolutamente natural, no sentido de que qualquer um deve sua formação ao conhecimento que recebe de outras pessoas, ou pode se transformar numa fraude? Valendo-se de um personagem destituído de muita consciência crítica e com razões concretas suficientes para abrir mão de princípios éticos, o cineasta lança uma discussão num filme de polêmica amoralidade."
(Daniel Schenker Wajnberg, CRÍTICOS, 07/07/2003)
"Definida como una comedia dramática, EL HOMBRE QUE COPIABA es en realidad un collage o 'alquimia' de géneros, como describió el propio Furtado a la prensa. Acción, persecución, drama, humor y hasta dibujos animados intervienen en esta cinta destinada a un público masivo y donde se refleja la trayectoria laboral del director, guionista en la televisión brasileña. Valiéndose de un guión ágil, EL HOMBRE QUE COPIABA adentra al espectador en la historia que relata André (...) y mostra la otra cara de un joven de Porto Alegre, ciudad anclada en el sur del gigante latinoamericano."
(YAHOO NOTICIAS, Espanha, 21/09/2003)
"No hay remordimientos por los delitos cometidos, todo se justifica y la película no es moralista. Al final el crimen compensa, al ser practicado por personas humilladas de la sociedad actual, cuyos ingresos no permiten el acceso al consumo ofrecido por el mercado y la publicidad. Lo que hacen es aprovechar la oportunidad anhelada de escapar al destino mediocre de pequeños empleados de comercio, de vida monótona y sin horizontes."
(Mario Osava, INTER PRESS SERVICE, 21/09/2003)
"O filme não se garante apenas por seus personagens. O HOMEM QUE COPIAVA é um caldeirão de experimentos bem sucedidos, desde o uso da narração do personagem principal em boa parte do filme até as animações que são usadas para retratar a infância de André nos momentos das suas recordações."
(Tércio Silveira, RABISCO, 28/09/2003)
"Falando de sentimentos, é engraçado o fato de eu ter saído do cinema convicto de que o filme poderia ser definido, no mesmo patamar de qualquer outra definição, como um elogio ao amor (em asilo na relação entre André e Silvia) e ao jovem de coração. Jovem de coração não seria o jovem bom, mas, segundo a leitura que foi possível, gente jovem de carne e osso, contraditória e humana. Incutir lirismo nesse desenho em quadrinhos e, ainda, elogiar o amor articulando seu trajeto a uma parábola a respeito do materialismo, não deixa de ser um ato rebelde deste camarada, visivelmente apaixonado pelo filme que escreveu."
(Claudio Szynkier, Agência CARTA MAIOR, dezembro/2003)
"The title is not only a reference to the photocopier operator which is the main film character, but also to the man behind it: director Jorge Furtado is the man who copies, done in an assumed and purposeful way, without any fear of being accused of plagiarism. He copies, or better yet, reprocesses a large number of artistic, literary and film influences, which encompass Shakespeare to Xavier de Maistre, from Murnau to Hitchcock and his own past films."
(Marcelo Janot, EL OJO QUE PIENSA, México, 2004)
"The film is collage of genres, mixing fiction, archive images, animation and a veritable baroque of film and literary citations bound to delight all. The protagonist's monologues remind one of Scorsese's Casino, while the witty zig-zag flow of the story owes much to Woody Allen."
(Denis De LaRoca, Palm Springs Film Festival, EUA, janeiro/2004)
"O problema do filme de Furtado não seria, a meu ver, de realização, mas de conceito. É um filme que já era velho quando estava sendo pensado. (...) O problema central de O HOMEM QUE COPIAVA é que Furtado parte para discutir uma questão essencialmente imagética a partir de uma estratégia que se resolve toda no papel. Não à toa o filme parte de falar de imagem e termina falando de narrativa, porque dentro da sua concepção inicial a imagem só existe na medida que ela narra um evento. Nada impede qualquer um de fazer um bom filme acreditando que imagem existe apenas em função da narrativa, mas quando o filme quer colocar em questão a imagem isto vira um fator limitador."
(Filipe Furtado, CONTRACAMPO, fevereiro/2004)
"O amor em Furtado é mobilizador. Porque será por amor à vizinha da frente que o narrador de O HOMEM QUE COPIAVA se empenhará em agir para ascender economicamente. Isso coloca o filme em um outro degrau das obras brasileiras recentes sobre ligações afetivas. Simplesmente porque, sempre recusando-se a julgar personagens, Furtado legitima as ações de seus seres, mas principalmente as emoções geradoras destas ações. Porque amar, em última instância, é um ato transgressor."
(Cléber Eduardo, CONTRACAMPO, fevereiro/2004)
"THE MAN WHO COPIED is a sharply written tale with 'Y tu mamá también's style of insightful voice-over, 'Rear window's intriguing story and 'City of God's provocative consideration of moral choices in modern Brazil, where the story is set. Every character earns your sympathy and consideration, and the twists are just enough to keep you guessing while never straining credulity. In short, it's a real gem of a tale, beautifully told."
(Steve Rhodes, ALL MOVIE PORTAL, março/2004)
"In combining magic realism and comedy, director Jorge Furtado creates a new cinematic vision that is propelled by a lively Brazilian soundtrack and a first-class ensemble cast. Fresh from his success in the art-house hit Madame Satã, Lázaro Ramos delivers a subtle and unique performance in THE MAN WHO COPIED that just might make this actor an international star."
(Raymond Murray, Philadelphia Film Festival, EUA, abril/2004)
"Money is on everyone’s mind - because no one has any. If they did, Cardoso would successfully woo Marinês, Sílvia would escape her creepy stepfather and André would draw for a living. (...) This wildly inventive, fast-paced blend of comedy, drama, romance, crime thriller and cartoon portrays a fascinating, complex world of love and desire that’s both unexpected and familiar."
(Stefan Gruenwedel, San Francisco International Film Festival, EUA, maio/2004)
"The man who copied yields a unique vision and winningly personal style from director Jorge Furtado who perfectly blends drama, comedy and romance to create an impressive, moving portrait of Brazil and its people. The man who copied is a visual feast that tells an endearing story of yearning, both for money and for love."
(Sandy Wolf, CINEQUEST ONLINE, EUA, setembro/2004)
"Whenever Furtado gives Andre (and us) a break and lets his other characters speak, then THE MAN WHO COPIED begins the belated process of seducing and charming, as it splits off from its romantic-comedy beginnings and into more amoral territory."
(Jan Stuart, NEWSDAY.COM, EUA, 22/04/2005)
"The production, shot mostly in the southern Brazil city of Porto Alegre," is colorful, briskly paced and clever, mixing in Andre's drawings as a part of the story. Though South American in origin, "The Man Who Copied" has a universal feel that, language not with standing, could be from anywhere. This bodes well for the film's auteur, Jorge Furtado, and gives him a good calling card on the international film scene."
(Robin Clifford, REELING REVIEWS, Boston, EUA, 15/06/2005)
" 'How many brain cells do you need to be a photocopier?' Andre asks, before turning his intellect toward an escalating series of outrageous ideas to make more money. Ramos is extremely likeable, and his narration wins us over with a Holden Caufield-like aimless ambition, along with flashback and fantasy sequences animated in a variety of witty styles (from The Simpsons to Terry Gilliam). We can identify with his desire to find money so he can convince the world he's not a loser."
(Rich Cline, SHADOWS ON THE WALL, Inglaterra, 23/06/2005)
"Part comedy, part serious drama, part thriller (echoes of Rear Window are unmistakable), the film has multi-layered characters and a rich, complicated plot with a hell of a big twist near the end. It is smartly written and directed with flair, including a couple of animated fantasy sequences. The story is laced with keen irony and also explores real concerns of the working poor in modern society. THE MAN WHO COPIED is a fascinating, exciting entry from the emerging Brazilian cinema scene."
(Joshua Zyber, DVD TALK, EUA, 16/08/2005)
"The story highlights the life of the majority of Brazilians, who live in relative poverty earning very little (with the average wage around 250 Reais a month). But it also shows how these people, despite their poverty, struggle with the everyday issues that we all struggle with, such as falling in love, making friends, passing time etc."
(Mark Taylor, GRINGOES.COM, 12/11/22005)
13/06/2003
Anexo | Tamanho |
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O_Homem_que_copiava.mp3 | 2.29 MB |
hqc-imgr.jpg | 175.6 KB |