Diário de Filmagem
por Carlos Gerbase
09/07/99 - Sexta-feira

Dia pesado. Trabalhamos muito para recuperar nosso cronograma, o que exigiu um esforço extra de toda a equipe. A idéia inicial era terminar as cenas do "hotel barato" e depois fazer a externa da casa de Teodoro na fazenda Timbaúva, município de Gravataí (30 quilômetros de Porto Alegre). Filmamos rápido a cena em que Teodoro e Márcia estão na cama, conversando.

A primeira posição de câmara (baixa, em diagonal) foi usada em quase todo o diálogo, até o momento em que Teodoro levanta. A segunda (mais alta e mais aberta) registrou a saída apressada de Márcia. Aí voltamos o tempo para trás e rodamos a chegada de Márcia no quarto, em close, plano e contra-plano. Decupagem simples para uma cena em que o importante era a atuação. Depois do almoço, filmamos uma seqüência da parte final do filme, quando Márcia descobre que Teodoro está armado.

Durante o ensaio, ao revisar a decupagem, percebi que havia uma maneira melhor de fazer a cena, aproveitando a movimentação dos atores. Fizemos tudo em close, seguindo os deslocamentos, dando à imagem uma boa agilidade e um certo nervosismo. Quando terminamos, a produção estava em dúvida quanto à externa, porque o tempo havia fechado e já caíam alguns pingos de chuva.

O pessoal que já estava em Gravataí, preparando a luz, confirmou as más condições para rodar. Contudo, não podíamos ficar parados, porque ainda era cedo, 4 da tarde, e tínhamos começado às 10 da manhã. A produção decidiu fazer a cena noturna de carro no estúdio, que também envolvia os dois atores presentes: Maitê e Nelson Diniz. Só que, entre a decisão e o início efetivo da filmagem, foram quase 3 horas preparando as traquitanas que simulam faróis (ao longe e cruzando ao pára-brisa do carro de Márcia).

Quando o Alex deu o OK para o primeiro ensaio, e o carrinho que levava os "faróis" se deslocou, levamos um susto: a braçadeira que segurava os "faróis" quebrou e eles caíram, fazendo um barulhão. Foi engraçado: havíamos simulado um acidente de carro no estúdio. Não previsto no roteiro.

Depois do conserto, começamos a filmar. Eram mais de 8 da noite, e todos estavam cansados, inclusive os atores. A decupagem previa três posições de câmara diferentes, o que nos obrigaria a rodar duas vezes o carro (e todo o esquema dos "faróis") para ficar com o mesmo fundo negro (que simula o ceú noturno). Seria impossível. Decidimos simplificar um pouco, fazendo todos os planos frontais, para aproveitar o resto de energia de todos. Terminamos depois das 10. Ainda bem que nem todos os dias são pesados assim.
 
 


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